HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Furtos em supermercados.
Até há grupos a exportar os bens
Em cinco
anos, um bando pilhou estabelecimentos em todo o país e enviava os
produtos para a Roménia. Em Sintra, o gangue de mulheres As Primas ainda
está no ativo.
Os grupos que atacam
em supermercados e centros comerciais para praticar furtos em grande
escala estão a revelar grande organização e eficácia, apesar das
detenções que têm sido efetuadas. Os furtos em supermercados aumentaram
38,4% em 2015, passando de 1159 casos denunciados para 1604.
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Apesar de muitos lesados preferirem não apresentar queixa quando os bens
furtados são inferiores a 102 euros (as superfícies têm de se
constituir como assistentes no processo, o que obriga a gastar 200
euros), aumentaram as denúncias no ano passado. Precisamente um ano em
que até foram aplicadas penas de 15 anos de prisão a ladrões
profissionais a atuar em grupo nestes estabelecimentos, como lembrou
fonte judicial.
Há grupos de
portugueses, romenos, africanos e de outras origens a viver apenas
disto. E até há um bando só de mulheres conhecido na zona de Sintra como
As Primas, com um núcleo duro de cinco elementos, que há pelo menos
sete anos andam a "limpar" supermercados, lojas e farmácias daquele
concelho. O nome do bando deve-se a relações de parentesco que existem
entre os membros. Só uma delas chegou a ter 52 ocorrências de furto
registadas pela PSP. Algumas já foram presas, outras continuam no ativo.
Com
muita atividade no Grande Porto, a vida fácil acabou no início do ano
para um bando de 27 elementos de origem romena. A acusação contra o
grupo foi divulgada nesta semana pelo Departamento de Investigação e
Ação Penal (DIAP) do Porto.
Durante
cinco anos o bando viveu deste crime, chegando a enviar para a Roménia
vários produtos furtados em Portugal em supermercados e centros
comerciais de norte a sul do país, e que eram depois vendidos naquele
país. Roupa, cosméticos, eletrodomésticos, computadores, foram alguns
dos artigos levados às dezenas pelos 14 homens e 13 mulheres da rede. A
maior parte dos produtos eram "exportados" para a Roménia, com uma
periodicidade semanal. O grupo usava sacos forrados no interior a folha
de alumínio para escapar aos detetores de alarmes.
Um líder, 12 carros e 141 crimes
Aos
14 homens e 13 mulheres do grupo organizado foi imputada a prática de
141 crimes de furto qualificado, dois na forma tentada, e de 28 crimes
de furto simples, um na forma tentada. A procuradora Teresa Morais
indica no despacho que o grupo tinha um líder, Manuel Iunescu, que
escolhia os locais--alvo, os objetos a furtar e o seu escoamento, como
também selecionava e arrendava casas para o grupo. Os operacionais
dividiam-se por zonas. Segundo o MP, os mandantes iram recrutando novos
elementos, fazendo regressar alguns dos antigos à Roménia ou
integrando-os noutros grupos espalhados pela Europa. Assim despistavam
as autoridades portuguesas.
Quando
foram detidos, os elementos do bando indicaram várias moradas falsas às
autoridades, mas que os ligam entre si, em sítios tão díspares como
Amadora, Oeiras, Póvoa de Santa Iria ou Vila Nova de Gaia. Tinham também
12 automóveis ao serviço. Além de se fixarem apenas de forma sazonal,
para melhor enganar as polícias, cometiam "pequenos" furtos em grandes
superfícies comerciais, onde passariam mais despercebidos e podiam
misturar-se . Por vezes até pagavam alguns produtos baratos, enquanto
outros saíam com objetos de maior valor sem pagar. Se um deles fosse
detido com um artigo barato, sabia bem que este crime depende da queixa
apresentada pelo representante da empresa - e este está muitas vezes
ausente.
Pequenos grupos de portugueses
O
intendente Hugo Palma, porta-voz da Direção Nacional da PSP, esclarece
que "não é possível falar de um perfil-tipo dos detidos por furto em
superfícies comerciais", mas nas áreas metropolitanas a polícia continua
a sinalizar "pequenos grupos - entre duas a cinco pessoas, jovens,
portugueses - que regularmente se deslocam a diferentes superfícies
comerciais para furtar peças de valor". No geral, há desde jovens que
furtam roupa e pequenos acessórios "a grupos mais ou menos organizados
que fazem da prática do furto uma atividade regular".
Um
outro gangue de supermercados, com 38 pessoas oriundas do Leste
Europeu, registou no Porto condenações a penas que foram até 15 anos de
prisão por furto qualificado. O valor elevado do conjunto dos artigos
que levaram e o facto de viverem do crime levou a que a justiça tivesse
mão pesada.
* Aos criminosos portugueses temos de os aguentar, os estrangeiros estrangeiros depois de cumprirem a pena terão de ser expulsos.
* Aos criminosos portugueses temos de os aguentar, os estrangeiros estrangeiros depois de cumprirem a pena terão de ser expulsos.
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