HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
Bruxelas avisa que ligação a Angola
pode prejudicar bancos portugueses
A Comissão Europeia alertou hoje que a ligação a Angola pode ser
prejudicial para a banca portuguesa, admitindo que a crise económica
angolana pode ter um impacto negativo nos níveis de capital dos bancos
portugueses.
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No relatório final sobre a terceira missão pós-programa de
monitorização, divulgado hoje, Bruxelas afirma que a exposição da banca
portuguesa a Angola "tornou-se um peso na alocação de capital" e que,
por isso, os bancos tentam "soltar-se dessas ligações" ao país.
A Comissão considera as condições para fazer negócios em Angola são
agora "mais precárias", devido ao "impacto negativo da quebra no preço
do petróleo na economia angolana" e que isso pode "prejudicar os níveis
de capital" da banca portuguesa.
No entanto, Bruxelas admite que Angola "vai continuar a representar
um 'portfólio' significativo e um destino direto do investimento
português".
O alerta surge numa altura em que a exposição da banca portuguesa a
Angola está na agenda mediática, sobretudo no caso do BPI, mas também
depois do pedido de ajuda financeira de Luanda ao Fundo Monetário
Internacional (FMI).
O BCE considera Angola um dos países que não têm regulação e
supervisão semelhantes às existentes na União Europeia, pelo que o BPI
tinha até ao dia 10 de abril para ajustar a sua exposição àquele
mercado, no qual controla a maioria do capital do Banco de Fomento
Angola (BFA), algo que exige o entendimento entre os seus principais
acionistas.
O BCE anunciou em 2014 a alteração da forma de contabilização dos
bancos europeus com negócios em Angola, penalizando o capital. O BFA
representou no ano passado mais de 50% do lucro do BPI, ou seja, 135,7
milhões de euros de um total de 236,4 milhões.
Com a decisão do BCE, o BPI passou então a ter de reduzir a sua
exposição àquele país, mas isso fez vir ao de cima as divergências entre
o CaixaBank e a Santoro, os dois principais acionistas do banco
português.
Por outro lado, e ainda sobre o setor bancário, a Comissão Europeia
considera que a resolução do Banif e que a retransmissão de obrigações
seniores do Novo Banco para o 'banco mau', BES, no final do ano passado
"influenciaram a confiança dos investidores internacionais perante o
setor bancário português".
Bruxelas afirma que o setor está "estável no geral", embora
prejudicado por "altos níveis de crédito malparado", nomeadamente nas
empresas, defendendo que as autoridades "devem fazer mais" para resolver
este problema, "melhorando e complementando as medidas já em curso,
como o aumento das provisões e tornando mais rápido o ritmo da resolução
de ativos não performativos", defende a Comissão.
* Existe um velhinho ditado português que reza assim: " Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és", esclarecido?
Todo o dinheiro angolano investido em Portugal está manchado de sangue, toda a gente sabe!
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