HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
O futuro passa por carros
autónomos, ligados à Internet
e com inteligência virtual
A condução autónoma deverá tornar-se normal daqui a alguns anos. Graças a esse sistema, haverá mais fluidez no trânsito, uma melhoria da segurança rodoviária, menos ruído e um uso mais eficiente do combustível. Descubra algumas das novidades que estão a chegar.
É um tema que está na ordem do dia e como tal a dissertação sobre ele
é quase inevitável. O que hoje conhecemos sobre as tecnologias de apoio
à condução nos automóveis serão, num futuro que parece cada vez mais
próximo, substituídos por sistemas tecnológicos de condução 100%
autónomos. Os veículos autónomos (VA) já circulam pelas ruas – em testes
– e prepararam-se para um dia fazerem parte da vida quotidiana.
.
Actualmente, a indústria automóvel já está a desenvolver carros
ligados à Internet e veículos autónomos, onde o condutor assume um papel
secundário. Mas não é apenas o conceito de condução que muda, também o
design dos carros do futuro deve ser muito diferente dos actual.
Se por um lado são as metas ambientais que pressionam as construtoras
a produzir veículos mais eficientes, apostando em energias
alternativas, por outro os objectivos a cumprir ao nível da segurança e
da optimização das cidades e recursos reforçam a importância de um
automóvel autónomo.
Na Europa, a partir de Março de 2018, a ligação à Internet nos carros
passa a ser obrigatória. A partir desta altura os veículos devem estar
equipados com um sistema electrónico de alerta, de modo a melhorar a
eficácia da intervenção em caso de acidente.
Toda esta revolução está a colocar lado a lado fabricantes de
automóveis, gigantes tecnológicos e fornecedores de componentes para
carros com um objectivo comum: criar um automóvel autónomo seguro e
energeticamente eficiente.
O Económico dá-lhe algumas noções do que se espera que os veículos autónomos façam no futuro.
Autonomia do veículo
A primeira geração de veículos totalmente autónomos encontra-se neste
momento em desenvolvimento pelos fabricantes de automóveis e pelos
engenheiros de sistemas, com o objectivo geral da sua introdução em
2030.
Empresas como a tecnológica Google e a Nissan estão a investir forte
no desenvolvimento de carros autónomos, que podem mesmo dispensar os
condutores. A ideia é que estes carros façam uma viagem sozinhos sabendo
o caminho, desviando-se de obstáculos e, claro, em segurança.
A BMW, antevendo aquilo que será a tecnologia de mobilidade autónoma
para o próximo século do automóvel, apresentou o BMW Vision Next 100, um
carro com novas técnicas de construção, tecnologias e moldes de design.
Embora disponha de tecnologias autónomas, o Vision Next 100 também pode
ser conduzido como um veículo normal, sendo que o interior altera-se
consoante o modo escolhido. Em modo de condução autónoma, os bancos
convergem para o centro, ao passo que a consola central e o volante
retraem-se para criar um interior com mais espaço.
Estacionamento autónomo
Antes de chegarmos à condução autónoma, a Bosch está já a automatizar
o estacionamento. Através do ‘smartphone’, o sistema manobra carros em
espaços de estacionamento. O sistema de gestão activa conta com sensores
colocados no pavimento que indicam se um lugar está ocupado ou não.
Esta informação é transmitida em tempo real para um mapa que pode ser
acedido via internet, o que permite ao condutor escolher um lugar para
estacionar.
Em parceria com a Daimler, a Bosch quer revolucionar o
estacionamento. A fabricante de componentes para automóveis quer ter
veículos a estacionar por conta própria, voltando ao ponto de partida
quando accionado o sistema.
Carros que comunicam
Imagine que está a atravessar um cruzamento e não consegue ver um
outro carro que passou o sinal vermelho e vem na sua direcção. Se os
carros se comunicassem, o acidente poderia ser evitado já que estes
veículos iriam comunicar entre si e automaticamente accionavam os
travões.
Esta tecnologia que se intitula Vehicle-to-Vehicle communication
(V2V), já está a ser desenvolvida pelos fabricantes, tendo como
objectivo reduzir o número de acidentes.
Inteligência virtual
Não há dúvida de que se caminha para um futuro onde os carros se
tornam tão inteligentes como os ‘smartphones’. O objectivo é que o
veículo, tal como um ‘smartphone’, aprenda mais sobre os hábitos do
condutor, como por exemplo, sintonizar automaticamente a rádio que
costuma ouvir ou que envie um SMS para o chefe a explicar que está
atrasado devido ao trânsito.
Realidade aumentada no pára-brisa
A BMW já usa parte desta tecnologia. Em alguns modelos da marca alemã
são exibidas informações básicas do carro, como velocidade, previsão do
tempo ou a navegação. No entanto, os fabricantes acreditam que uma
tecnologia mais desenvolvida poderia identificar objectos à frente e
mostrar outras informações, como a distância até aquele objecto.
Ligação 4G
Um carro do futuro precisa de uma boa ligação à Internet. A melhor
forma de o conseguir é através da tecnologia 4G, que permite velocidades
altas, capazes de realizar tranquilamente tarefas como ouvir música,
ler mapas, e-mails, mostrar previsão do tempo, entre outros.
A Toyota Motor anunciou, recentemente, que a parceria com a
Microsoft, que arrancou em 2011, para colocar Internet nos seus veículos
vai manter-se por mais cinco anos. O objectivo de ambas passa por
criar novos serviços para veículos com ligação à Internet, como por
exemplo, permitir criar redes de veículos conectados que podem partilhar
informações sobre tráfego e condições climatéricas.
Sistema operativo
Para que serve um carro inteligente e com ligação 4G se não tem um
sistema operativo eficaz que consiga gerir todas as tarefas? É aqui que a
Google e Apple estão, mais uma vez, a disputar forças para implementar
as suas versões de sistemas operativos nos carros.
Hoje já existem alguns modelos de automóveis com os sistemas Android
Auto, da Google, e CarPlay, da Apple. Mas aqui ainda há muito para
evoluir.
Motor eléctrico
Nos dias de hoje os motores movidos a energia eléctrica já não são
uma novidade, mas no futuro podem assumir uma posição bem mais marcante.
A norte-americana Tesla deu um passo nessa direcção ao abrir as suas
patentes para que qualquer empresa possa usar suas tecnologias. O
maior beneficiado será, claramente, o meio ambiente.
* Vem aí uma reviravolta de 360 graus.
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