HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
‘Task force’
vai defender plano nacional na ONU
Portugal quer duplicar a área territorial sob jurisdição nacional. Mas a avaliação da proposta nacional pelos peritos da ONU foi adiada para 2017.
A pretensão de Portugal sobre a extensão da plataforma continental na
Organização das Nações Unidas (ONU) terá de esperar mais algum tempo. A
decisão foi adiada do primeiro semestre deste ano para o segundo
semestre de 2017 e, aparentemente, sem uma justificação que convença o
Executivo.
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Foi, aliás, “com alguma apreensão que fomos
informados que a constituição da subcomissão de peritos da ONU que
avaliará a proposta portuguesa para o alargamento da plataforma
continental já não teria lugar no primeiro semestre de 2016, mas sim a
partir do segundo semestre de 2017”, lamentou a ministra Ana Paula
Vitorino durante uma audição parlamentar, a 25 de Fevereiro.
Este
dossier, que a ministra do Mar considera “um dos principais desafios
para o futuro do país”, vai assim merecer uma redobrada atenção por
parte do actual Governo. Isso significa que terá um acompanhamento
proactivo e empenhado do processo até à sua conclusão, de forma
coordenada, nos termos previstos pela Convenção das Nações Unidas sobre
direito do Mar.
“Já temos montada uma ‘task force’ com o
Ministério dos Negócios Estrangeiros para reforçar o acompanhamento e o
empenho do Estado português junto das Nações Unidas para tentar a nível
diplomático aumentar a confiança nesta relação, uma vez que a nível
técnico a proposta está apresentada”, anunciou Ana Paula Vitorino. Com
esta medida, adianta a ministra do Mar, “estamos a tentar não atrasar
mais do que esta data que agora está prevista”.
Um projecto e um diferendo
Portugal
apresentou nas Nações Unidas, em Maio de 2009, um projecto para extensão
da plataforma continental. A ser aprovado, a área territorial sob
jurisdição nacional duplicaria de dois para quatro milhões de
quilómetros quadrados.
Mas, actualmente, estão em lista de espera 76
projectos nas Nações Unidas para alargamentos de plataformas
continentais e o pedido nacional entrou em 44º lugar. Além disso, há um
diferendo com Espanha sobre uma área de cerca de 23 mil quilómetros
quadrados em torno das Ilhas Selvagens, que poderá ser dirimido entre os
dois países ou terá de aguardar entre 15 e 20 anos para ser solucionado
pela ONU.
Para esta matéria, foi criada uma Estrutura de
Missão, presidida por Aldino Santos de Campos. Mesmo sem mais atrasos,
qualquer decisão da ONU sobre este assunto deverá demorar dois a três
anos a partir do momento em que começar a ser analisada pelos peritos.
* Se correr como se pretende podemos ser um dos países maiores da Europa em território marinho e continental.
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