HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Sánchez rejeita Rajoy
e vai tentar formar governo.
Rivera quer aliança
Pablo
Iglesias defende nomeação de um primeiro-ministro independente caso o
secretário-geral do PSOE seja barrado pelo seu próprio partido. Líder
dos populares prossegue as negociações na próxima segunda-feira
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Foram
40 minutos de diálogo mudo e sem sorrisos os que se viveram ontem no
Palácio da Moncloa no encontro entre o ainda primeiro-ministro, Mariano
Rajoy, e o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez. O objetivo do líder
popular era tentar obter o apoio dos socialistas para formar governo, a
resposta era a que já vinha a ser anunciada desde a noite das eleições:
não, não e não. Albert Rivera, do Ciudadanos, que só será recebido por Rajoy na segunda-feira, apelou ontem a uma aliança entre o seu partido, populares e socialistas.
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"O
PSOE não vai apoiar a continuidade de Rajoy e do PP porque os cidadãos
votaram na mudança", declarou ontem Sánchez após o encontro, sublinhando
que esta recusa se estende não só a Rajoy, mas a qualquer outro nome
vindo do PP. "As possibilidades de acordo são nulas", insistiu.
Curiosamente, preferiu falar aos jornalistas já na sede do PSOE e não na
Moncloa.
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Mesmo assim, o líder
socialista, que garantiu não haver motivos para nova reunião com Rajoy,
afirmou que cabe ao PP a iniciativa de ser o primeiro a tentar formar
governo. "Respeitamos os procedimentos da democracia e agora é o tempo
do partido que ganhou as eleições", prosseguiu Sánchez.
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Mas
deixou um aviso sobre as intenções dos socialistas num futuro próximo e
que não passam pela realização de novas eleições: "A primeira força
política tem a responsabilidade de tentar formar governo e, passada essa
etapa, cumpriremos o mandato dos cidadãos para que haja um governo de
mudança e diálogo que dê estabilidade ao país". Ou seja, uma provável aliança com Podemos e Esquerda Unida, ideia que não desagrada a Sánchez, mas é recusada pelos barões do partido.
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Outra
pretensão dos socialistas, e que Pedro Sánchez transmitiu a Mariano
Rajoy, é a de que a cor política do presidente do Parlamento deverá
refletir a pluralidade partidária obtida nas eleições de domingo. "Por
isso achamos que o presidente do Congresso dos Deputados deve ser não da
primeira força política, mas sim da segunda força política", ou seja do
PSOE, disse.
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Segundo fontes da
Moncloa, citadas pelo El Mundo, Rajoy, perante a atitude negativa
apresentada por Sánchez durante o encontro, "não vê margem" para
dialogar com o PSOE "sobre o que realmente interessa agora aos
espanhóis".
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"Um "não" não é o melhor
começo, mas sublinho que estarmos no início deste processo. Foi a
primeira ronda de contactos", disse o vice-secretário de Organização do
PP, Fernando Martínez Maíllo, após a reunião de ontem entre os dois
líderes.
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Os senhores que se seguem são
Pablo Iglesias do Podemos e Albert Rivera do Ciudadanos, líderes do
terceiro e quarto partidos mais votados, respetivamente, que vão ser
recebidos por Mariano Rajoy na segunda-feira.
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Fim da corrupção e desigualdade
Fim da corrupção e desigualdade
Antecipando essa reunião, Albert Rivera
declarou ontem que vai propor um "acordo a três" com o PP e o PSOE para
viabilizar um governo e uma legislatura que "garanta a estabilidade e
unidade de Espanha"."Proponho não reuniões bilaterais, mas uma mesa de
negociação [a três] para dar estabilidade a Espanha", disse o líder do
Ciudadanos, especificando que não inclui o Podemos neste momento.
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Por
outro lado, deixou claro que não pretende um "governo a três", e sim um
"acordo de mínimos" que permita arrancar a legislatura e evitar novas
eleições em março.
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O líder do Podemos,
por seu turno, sugeriu ontem uma "figura independente" como
primeiro-ministro, caso os socialistas impeçam Sánchez de "tentar
sê-lo". Num artigo publicado ontem no Huffington Post, Pablo Iglesias
pergunta "Onde está Pedro Sánchez? " e "Não contempla a possibilidade de
um governo alternativo a Rajoy?". Intitulado Não deixam o Pedro, fala
ainda em "fuga à responsabilidade do PSOE e paralisia do seu
secretário-geral".
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"Se não deixam o
Pedro Sánchez tentar ser presidente, porque talvez não esteja sequer em
condições de ser o líder do seu partido, talvez seja o momento de que
uma figura independente de prestígio assuma os passos necessários para
tentar que em Espanha deixe de governar o PP e ponhamos um fim ao tempo
da corrupção e da desigualdade", escreveu Iglesias.
* Quem ganha eleições mas perde votos é vitorioso "inconseguido"
* Quem ganha eleições mas perde votos é vitorioso "inconseguido"
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