HOJE NO
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Rafael Marques.
Acusação contra jovens angolanos
. demonstra desespero
. demonstra desespero
O Ministério Público angolano acusou 17 jovens da preparação de uma rebelião e de um atentado contra o PR angolano.
A acusação não me surpreende porque quando um regime
age de forma tão errática pode-se esperar tudo. Esta acusação revela o
desespero das autoridades”, disse à Lusa o activista angolano, que se
reuniu hoje com a subsecretária de Estado norte-americana para os
Assuntos Africanos, em Washington.
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O Ministério Público angolano acusou 17 jovens da preparação de uma
rebelião e de um atentado contra o Presidente da República, prevendo
barricadas nas ruas e desobediência civil que aprendiam num curso de
formação.
"Os arguidos planeavam, após a destituição dos órgãos de soberania
legitimamente instituídos, formar o que denominaram ‘Governo de Salvação
Nacional' e elaborar uma ‘nova Constituição'", lê-se na acusação,
deduzida três meses depois das detenções e à qual a Lusa teve hoje
acesso.
Em causa está uma operação policial desencadeada a 20 de Junho de
2015, quando os jovens angolanos foram detidos em Luanda, em flagrante
delito, durante a sexta reunião semanal de um curso formação de
activistas, para promover posteriormente a destituição do actual regime,
diz a acusação.
Rafael Marques sublinha que a acusação de “rebelião” demonstra falta
de orientação porque os envolvidos são “miúdos”, como Laurinda Gouveia,
sem qualquer tipo de poder político.
“Quando a Laurinda Gouveia (uma das jovens acusadas) é acusada de
tentativa de rebelião, o poder do MPLA (Movimento Popular de Libertação
de Angola) desapareceu. Aquilo que é o MPLA, aquilo que é o José Eduardo
dos Santos e as figuras de poder desapareceram porque já não estão a
acusar um general ou alguém com força política”, disse.
“Com todo o respeito, estão a acusar miúdos. O poder perdeu toda a
sua legitimidade, todo o seu verniz e o verdadeiro sentido do que é o
poder quando acusa miúdos de tentativa rebelião porque estão a estudar
manuais. Isto é uma forma de diversão. Já não sabem o que estão a
fazer”, frisou o autor do livro “Diamantes de Sangue”.
Rafael Marques disse ainda à Lusa que expôs o caso dos presos
políticos angolanos à administração norte-americana, sublinhando que a
maior parte dos jovens detidos têm sido vítimas de tortura.
“Todos estes jovens têm cicatrizes no corpo, excepto o Osvaldo e
outros três. São vítimas regulares de tortura policial. A Laurinda
Gouveia foi espancada por vários comandantes da polícia. Há algum caso
em que a Procuradoria-Geral da República levou para punir todos o que
violaram os direitos desses jovens? Nunca o fez”, denunciou Rafael
Marques.
O activista acrescentou que o sistema judicial angolano está
controlado pelo poder político, provocando a degradação das
instituições, o que pode significar um problema para o regime, no
futuro.
“A politização e a militarização da Procuradoria-Geral da República
coloca o regime numa posição de maior fragilidade. Quando se utiliza o
sistema de justiça de forma tão arbitrária, tão bruta e tão tosca a
pergunta que se coloca é: e amanhã quando esses indivíduos caírem do
poder? Que sistema de justiça teremos para os proteger e garantir para
que sejam julgados com dignidade”, questionou Rafael Marques.
* E o cafre ZE DU nunca mais morre nem ninguém o mata.
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