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Banco de Portugal já gastou
2,1 milhões em carros só desde 2011
Instituição justifica ao i que a política do banco central passa pela “renovação gradual da frota automóvel.
O Banco de Portugal
já gastou 2,1 milhões de euros (mais IVA) na aquisição de automóveis
novos para os seus colaboradores desde 2011. Este é o valor global dos
54 contratos publicados pelo banco central no portal Base durante este
período.
Só este ano o banco central celebrou oito contratos pelo valor global de
278,3 mil euros (mais IVA). Em todo o ano de 2014, foram 21 contratos
pelo montante total de 705,8 mil euros.
O contrato mais elevado (40,2 mil euros) foi assinado com a empresa
Cameirinha – Comércio de Automóveis L.da, mas o principal fornecedor foi
a Caetano Baviera – Comércio de Automóveis, S.A., do grupo Salvador
Caetano, concessionário da BMW, com quatro contratos no montante total de 149,6 mil euros.
Questionado pelo i, o porta- -voz do Banco de Portugal justificou esta
despesa da seguinte forma: “Relativamente à frota do Banco de Portugal,
está sujeita a um processo de gestão interna de aquisição e utilização
de viaturas. É política do Banco proceder à renovação gradual da frota,
que totaliza 99 viaturas, sempre que as mesmas deixam de reunir
condições de segurança e funcionalidade.”
A mesma fonte revelou ainda que “no período em causa, isto é, desde
2011, foram adquiridas 29 viaturas por nomeações para cargos directivos e
30 viaturas para renovação da frota, de acordo com a política
implementada na instituição”. “As viaturas ao serviço do conselho de
administração têm uma idade média de dez anos”, acrescentou.
31 milhões só em 2015 De acordo com a pesquisa do i a todos os 148
contratos publicados no portal Base desde o início do ano, a instituição
liderada por Carlos Costa já gastou 31 milhões de euros na aquisição de
todo o tipo de bens e serviços.
O montante já ultrapassa o valor de todos os gastos efectuados em 2014, que atingiram os 26,9 milhões de euros.
Do total das despesas realizadas este ano, 21,3 milhões de euros dizem
respeito só a consultoria financeira, jurídica e outras (exceptuando a
relativa a sistemas de informação).
15 milhões por ajuste directo Só 15 milhões são referentes a um único
contrato, de 15 milhões de euros por ajuste directo, para a consultoria
e assessoria ao processo de venda do Novo Banco. O contrato assinado
com o BNP Paribas foi assinado em Abril de 2015 e prevê uma remuneração
periódica fixa de 250 mil euros mensais. Além deste pagamento fixo, está
ainda prevista uma success fee (remuneração pelo sucesso) que pode ir
até 10 milhões de euros, associada ao processo de alienação do Novo
Banco.
O contrato tem uma duração máxima de dois anos, mas começou a produzir
efeitos a 26 de Julho de 2014, ou seja, uma semana antes de estar
decidido o processo de resolução do Banco Espírito Santo (BES).
Em Novembro de 2014, Carlos Costa explicou que, assim que o Banco de
Portugal teve conhecimento dos valores preliminares dos prejuízos
semestrais do banco, a 25 de Julho, começou a “busca imediata de solução
de capitalização do BES, desejavelmente com recurso a investidores
privados – plano A”. Os planos B passaram pela preparação de cenários de
contingência, incluindo nacionalização, liquidação e a resolução. “A
data da produção de efeitos do contrato com o BNP Paribas é explicada
pela ‘preparação de cenários de contingência – plano B –, caso a opção
de capitalização privada se revelasse inexequível em tempo útil’, como
explicou o governador na comissão parlamentar de inquérito em Novembro
de 2014”, esclareceu ainda o porta-voz do supervisor bancário ao
Observador em Maio.
Entre os restantes contratos destaque ainda para os 2,2 milhões que o
banco central gastou na aquisição e na manutenção de licenças de
software. O contrato foi assinado, após concurso público, com a empresa
Digitmarket – Sistemas de Informação, S.A., e tem um prazo de três anos.
* Será que podemos dizer que é um fartar vilanagem, certo ou errado?
Será que isto acontece no país que tem mais de 2 milhões de pobres?
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