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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Grécia cede e negoceia venda do
porto do Pireu a empresa chinesa
Depois de acederem a retomar o processo de
privatização do porto do Pireu, as autoridades gregas estão agora em
negociações avançadas com a empresa estatal chinesa Cosco para a venda
do maior porto da Grécia. Já o FMI lamenta a lentidão das negociações
entre Atenas e os credores.
As autoridades gregas estão em
negociações avançadas para a venda do porto do Pireu a uma empresa
estatal chinesa, a Cosco. A informação foi avançada pelo ministro da
Defesa e líder dos Gregos Independentes, Panos Kammenos, ao afirmar que
"estamos em conversações avançadas para alargar a cooperação [com a
Cosco] em breve, incluindo também a construção de uma estrada".
.
Kammenos fez referência ao reforço da cooperação com a Cosco dado que a empresa chinesa já opera dois cais de contentores no porto do Pireu, o maior da Grécia. Segundo escreve a agência Reuters, a Cosco estará agora interessada em adquirir uma posição maioritária no referido porto, cujo processo de privatização, decidido pelo Executivo de Antonis Samaras, havia sido interrompido na sequência da vitória do Syriza nas legislativas de 25 de Janeiro último.
A imprensa internacional escreve que as autoridades helénicas colocaram à venda 51% do porto do Pireu, tendo convidado a Cosco e duas outras empresas a apresentarem ofertas vinculativas até ao próximo mês de Setembro.
Esta quinta-feira, o porta-voz e ministro-Adjunto do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, Gabriel Sakellaridis, confirmou a intenção de privatizar não apenas o porto do Pireu, mas também 14 aeroportos regionais. Sakellaridis reconheceu que avançar com a privatização do porto do Pireu, inicialmente uma "linha vermelha" que o governo do Syriza garantia não poder ultrapassar, decorre das negociações em curso entre Atenas e as instituições credoras.
Os parceiros da Grécia pretendem que um eventual acordo final sobre as reformas que o país terá de implementar, de forma a poder receber a tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa de assistência helénico, inclua as privatizações acordadas entre a troika e Samaras, anterior primeiro-ministro grego. Além das mudanças exigidas ao nível do mercado laboral, do sistema de pensões, bem como a subida do IVA e a melhoria da eficácia da máquina fiscal helénica.
Em relação a este assunto, o porta-voz do Executivo disse que "estamos a trabalhar na definição de diferentes modelos alternativos à privatização, que possibilitem atrair capital e investimentos tais como auto-estradas e outros portos".
Perante estes desenvolvimentos mais recentes, o secretariado do Syriza reuniu, esta quinta-feira à noite, tendo produzido um comunicado crítico face à maior flexibilidade apresentada pela Grécia, especialmente depois de Tsipras ter reformulado a equipa responsável pelas negociações. Tendo retirado poder ao ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, atribuindo a condução das conversações ao diplomata e vice-ministro dos Estrangeiros, Euclid Tsakalotos.
"As linhas vermelhas do governo são também as linhas vermelhas do povo grego, que expressam o interesse dos trabalhadores, dos empresários, pensionistas, agricultores e jovens", refere o comunicado do Syriza citado pelo Kathimerini.
.
Apesar de num comunicado conjunto assinado por Alexis Tsipras e Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro grego ter demonstrado abertura a discutir reformas nas pensões e no sistema laboral da Grécia, o líder do Syriza mantém que se um hipotético acordo abrangente de reformas, que venha a ser alcançado com o Grupo de Bruxelas, for além do mandato atribuído pelo eleitorado ao Syriza, então o povo grego terá de ser chamado a votar essas mesmas medidas num referendo.
FMI critica lentidão nas negociações com a Grécia
Num relatório produzido na quinta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), citado pelo Guardian, o director do fundo para a Europa, Poul Thomsen, apontou alguns dos obstáculos que considera estarem a dificultar e a prolongar o impasse nas negociações com a Grécia.
Mesmo reconhecendo que a decisão de Tsipras de acompanhar de perto as conversações, tendo inclusivamente acordado com a chanceler alemã Angela Merkel a manutenção de um contacto directo e regular que permita ultrapassar eventuais obstáculos que surjam nas negociações ao nível técnico, Thomsen acusa Atenas de ocultar e dificultar o acesso a muitos dos documentos solicitados.
"Não irá haver nenhum financiamento para a Grécia até que a avaliação esteja completa", garantiu Poul Thomsen citado pelo To Vima. Depois de devolver mais de 900 milhões ao FMI no presente mês, seguem-se vários pagamento ao longo dos próximos meses. Paralelamente às garantias governamentais de que a Grécia cumpre sempre as suas obrigações em termos de pagamentos, Varoufakis já admitiu que a Grécia terá grandes dificuldades para cumprir com os pagamentos agendados ao Banco Central Europeu (BCE). Até ao final deste ano, a Grécia tem de pagar ainda 27 mil milhões de euros aos credores.
Também o director do FMI aponta as diferenças de opinião em matérias como o mercado laboral, o sistema de pensões e os objectivos orçamentais para 2015 como razões impeditivas de um acordo. Ainda assim, o economista dinamarquês diz estar "flexível" sobre a possibilidade de rever em baixa a meta de 3% definida para o saldo orçamental primário grego em 2015, que as autoridades gregas pretendem que seja de apenas 1,5%. No entanto, Thomsen não apresentou nenhum valor alternativo.
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Kammenos fez referência ao reforço da cooperação com a Cosco dado que a empresa chinesa já opera dois cais de contentores no porto do Pireu, o maior da Grécia. Segundo escreve a agência Reuters, a Cosco estará agora interessada em adquirir uma posição maioritária no referido porto, cujo processo de privatização, decidido pelo Executivo de Antonis Samaras, havia sido interrompido na sequência da vitória do Syriza nas legislativas de 25 de Janeiro último.
A imprensa internacional escreve que as autoridades helénicas colocaram à venda 51% do porto do Pireu, tendo convidado a Cosco e duas outras empresas a apresentarem ofertas vinculativas até ao próximo mês de Setembro.
Esta quinta-feira, o porta-voz e ministro-Adjunto do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras, Gabriel Sakellaridis, confirmou a intenção de privatizar não apenas o porto do Pireu, mas também 14 aeroportos regionais. Sakellaridis reconheceu que avançar com a privatização do porto do Pireu, inicialmente uma "linha vermelha" que o governo do Syriza garantia não poder ultrapassar, decorre das negociações em curso entre Atenas e as instituições credoras.
Os parceiros da Grécia pretendem que um eventual acordo final sobre as reformas que o país terá de implementar, de forma a poder receber a tranche de 7,2 mil milhões de euros prevista no programa de assistência helénico, inclua as privatizações acordadas entre a troika e Samaras, anterior primeiro-ministro grego. Além das mudanças exigidas ao nível do mercado laboral, do sistema de pensões, bem como a subida do IVA e a melhoria da eficácia da máquina fiscal helénica.
Em relação a este assunto, o porta-voz do Executivo disse que "estamos a trabalhar na definição de diferentes modelos alternativos à privatização, que possibilitem atrair capital e investimentos tais como auto-estradas e outros portos".
Perante estes desenvolvimentos mais recentes, o secretariado do Syriza reuniu, esta quinta-feira à noite, tendo produzido um comunicado crítico face à maior flexibilidade apresentada pela Grécia, especialmente depois de Tsipras ter reformulado a equipa responsável pelas negociações. Tendo retirado poder ao ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, atribuindo a condução das conversações ao diplomata e vice-ministro dos Estrangeiros, Euclid Tsakalotos.
"As linhas vermelhas do governo são também as linhas vermelhas do povo grego, que expressam o interesse dos trabalhadores, dos empresários, pensionistas, agricultores e jovens", refere o comunicado do Syriza citado pelo Kathimerini.
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Apesar de num comunicado conjunto assinado por Alexis Tsipras e Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro grego ter demonstrado abertura a discutir reformas nas pensões e no sistema laboral da Grécia, o líder do Syriza mantém que se um hipotético acordo abrangente de reformas, que venha a ser alcançado com o Grupo de Bruxelas, for além do mandato atribuído pelo eleitorado ao Syriza, então o povo grego terá de ser chamado a votar essas mesmas medidas num referendo.
FMI critica lentidão nas negociações com a Grécia
Num relatório produzido na quinta-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), citado pelo Guardian, o director do fundo para a Europa, Poul Thomsen, apontou alguns dos obstáculos que considera estarem a dificultar e a prolongar o impasse nas negociações com a Grécia.
Mesmo reconhecendo que a decisão de Tsipras de acompanhar de perto as conversações, tendo inclusivamente acordado com a chanceler alemã Angela Merkel a manutenção de um contacto directo e regular que permita ultrapassar eventuais obstáculos que surjam nas negociações ao nível técnico, Thomsen acusa Atenas de ocultar e dificultar o acesso a muitos dos documentos solicitados.
"Não irá haver nenhum financiamento para a Grécia até que a avaliação esteja completa", garantiu Poul Thomsen citado pelo To Vima. Depois de devolver mais de 900 milhões ao FMI no presente mês, seguem-se vários pagamento ao longo dos próximos meses. Paralelamente às garantias governamentais de que a Grécia cumpre sempre as suas obrigações em termos de pagamentos, Varoufakis já admitiu que a Grécia terá grandes dificuldades para cumprir com os pagamentos agendados ao Banco Central Europeu (BCE). Até ao final deste ano, a Grécia tem de pagar ainda 27 mil milhões de euros aos credores.
Também o director do FMI aponta as diferenças de opinião em matérias como o mercado laboral, o sistema de pensões e os objectivos orçamentais para 2015 como razões impeditivas de um acordo. Ainda assim, o economista dinamarquês diz estar "flexível" sobre a possibilidade de rever em baixa a meta de 3% definida para o saldo orçamental primário grego em 2015, que as autoridades gregas pretendem que seja de apenas 1,5%. No entanto, Thomsen não apresentou nenhum valor alternativo.
* Temos de confessar que com a vitória do Syriza nas eleições gregas, tivemos a esperança embora não próxima que alguma coisa mudasse na europa. Tsipras e capangas revelam-se iguais a todos os outros, muita parra e meia dúzia de uvas.
O porto do Pireu é o maior da Grécia, por ali passa mais de 3/4 da carga marítima para além dos navios de turismo, vai ser nacionalizado pelo governo chinês. Uma vergonha.
O D. Quixote de Cervantes tem mais dignidade. que Alexis.
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