HOJE NO
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Sobre-endividamento causado por
. alterações no agregado familiar
.aumenta em 2015
Dois em cada dez casos de sobre-endividamento registados entre 1 de Janeiro e 31 de Março deste ano foram provocados por alterações do agregado familiar, de acordo com dados da Associação Portuguesa do Consumidor (Deco).
Os dados do Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS) relativos ao
primeiro trimestre deste ano indicam que houve um aumento de casos de
penhoras decretadas por tribunais devido a créditos em incumprimento e
alterações inesperadas do agregado familiar, com o regresso dos filhos a
casa dos pais, disse à agência Lusa a coordenadora Natália Nunes.
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A coordenadora do GAS explicou que o número de famílias que pediu
ajuda à associação foi semelhante ao registado em 2013, 2014 e 2015.
“O que verificámos foi que o número é semelhante. Estamos a falar de
entre 7.000 a 7.500 famílias. No entanto, verificámos que existem em
2015 algumas diferenças em relação às famílias e no que diz respeito à
degradação da sua situação financeira”, adiantou.
De acordo com Natália Nunes, mais de 25% das famílias que pediram
ajuda à Deco já estavam confrontadas com a penhora dos seus rendimentos e
dos bens.
“Isto evidencia o que nós temos vindo a alertar ao longo dos anos: que as famílias devem pedir ajuda atempadamente”, salientou.
Segundo os dados da Deco, entre 01 de Janeiro e 31 de Março de 2014, a
alteração do agregado familiar era de 8%, e no mesmo período de 2015
situou-se nos 10%.
“Em 2015, alteraram-se as causas que têm estado na origem das
dificuldades das famílias portuguesas. Tradicionalmente é o desemprego a
principal causa - ainda que em 2014 tenham sido os cortes salariais –
mas este ano verificámos que o desemprego e os cortes salariais
representam 30% (cada um deles). No entanto, o aumento do agregado
familiar, devido ao retorno dos filhos a casa dos pais, mudou a
situação”, disse a responsável.
No entender de Natália Nunes, este retorno dos filhos a casa dos pais
leva a rupturas orçamentais e ao incumprimento dos compromissos.
“Por outro lado, uma causa que começa a ter valor significativo são
as penhoras dos rendimentos e dos bens e também os fiadores que em
termos de valor representam 15% das situações que nos chegam”, disse.
A coordenadora do GAS explicou que muitas das penhoras ocorrem em
processo de execução e em processos em que os devedores não são os
devedores principais, mas porque foram fiadores.
De acordo com os dados, no primeiro trimestre deste ano, 30% dos
casos abertos pelo GAS foram motivados pelo desemprego e pela
deterioração da situação profissional, 8% devido a divórcio/separação,
12% devido a penhora, 10% por causa da alteração do agregado familiar,
7% por doença e 3% fiadores.
Os dados do GAS indicam também que uma análise ao total de
rendimentos dos sobre-endividados, por agregado familiar, revelou que
são os que têm rendimentos entre os 505 e os 1010 euros (36,6%) e os que
ganham até 505 euros (32,5%) que mais pedem ajuda ao gabinete da Deco.
De acordo com a Deco, 41,4% dos sobre-endividados trabalham no sector
público, 25,2% são reformados, 14,7% no sector público, 13,1% estão
desempregados e 5,6% trabalham por conta própria.
* Mas o ministro da "basqueiro" dirá que o país está melhor.
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