HOJE NO
"i"
"i"
Quinze sintomas de cancro que
. os portugueses ignoram
. os portugueses ignoram
SINTOMAS
1. Perda de peso e de apetite
Em tumores que não dão numa fase inicial sintomas específicos –
como alguns tipos de cancro do pâncreas ou do pulmão, – a perda de peso e
de apetite são dos primeiros aspectos que podem levar a um diagnóstico e
por isso toda a sensibilização é pouca. Geralmente estão associados a
fases mais avançadas mas o facto de nem toda a gente ter noção disso
leva a demora nas queixas, o que compromete ainda mais a rapidez do
diagnóstico.
Ana Joaquim, especialista em tumores gástricos no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, admite que nem toda a gente vigia o peso, mas é importante conseguir avaliar a percentagem perdida. Se uma pessoa não está a fazer uma dieta ou exercício e perde 10% do seu peso em dois meses – o equivalente a 10 quilos quando se pesa 80 – deve ir ao médico.
Ana Joaquim, especialista em tumores gástricos no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, admite que nem toda a gente vigia o peso, mas é importante conseguir avaliar a percentagem perdida. Se uma pessoa não está a fazer uma dieta ou exercício e perde 10% do seu peso em dois meses – o equivalente a 10 quilos quando se pesa 80 – deve ir ao médico.
.
2. Fadiga
2. Fadiga
Em situações de cansaço arrastado e
sonolência, também não deve perder muito tempo a ir ao médico. A fadiga
pode ter muitas causas, até psicológicas. Se a razão for uma anemia deve
investigar-se a causa, explica Ana Joaquim. Pode resultar de doenças
benignas ou lacunas na alimentação, mas é um sintoma bastante comum de
cancro do estômago que nem sempre as pessoas valorizam. “O cancro do
estômago muitas vezes surge em úlceras ou cria ele próprio úlceras e
pode haver perdas de sangue que não são evidentes mas causam anemia”,
explica a médica. “Por vezes os doentes vão a uma urgência porque estão
muito brancas e cansadas mas depois demoram a ir ao médico para fazer o
resto do diagnóstico.” Além de ser comum nos tumores gástricos, a anemia
surge também em tumores do intestino ou do sangue, podendo ser causada
por défices na produção células vermelhas ou um excesso de destruição,
nas tais perdas que podem passar despercebidas.
3. Alterações do trânsito intestinal
Muitas
vezes associam-se ao stresse ou ao que se come, mas se houver alterações
persistentes devem ser valorizadas, adverte Gabriela Sousa. A médica do
IPO de Coimbra insiste que no cancro é particularmente relevante a
alternância entre prisão de ventre e diarreia. Paula Jacinto,
especialista nesta área também no IPO de Coimbra, explica que os tumores
do intestino tendem a dar diferentes sintomas, já que as fezes quando
passam do intestino delgado para o grosso (cólon) estão líquidas e só
depois vão solidificando. Assim, a obstrução é mais expectável quando se
trata de uma lesão do lado esquerdo do cólon. Em caso de suspeita, é
crucial fazer uma colonoscopia, exame que também deve ser feito a partir
dos 50 anos como rastreio. “Muitas vezes as pessoas não o fazem por
receio da dor, mas como anestesia foi comparticipada creio que haverá
melhorias”, diz a médica.
4. Sangue nas fezes
É um sintoma comum nos
tumores gástricos, do intestino e do recto que as pessoas até valorizam.
Mas pode assumir diferentes formas e os doentes nem sempre estão
sensibilizados para isso, explica a médica Paula Jacinto. As partículas
podem ser tão pequenas que não são visíveis, daí a importância da
análise ao sangue oculto nas fezes. Depois pode haver sangue vermelho
vivo, que se nota quando a pessoa se limpa ou na sanita e geralmente
resulta de uma lesão no recto ou parte terminal do cólon. Mas o que mais
passa despercebido é o sangue escuro, que dá uma tonalidade quase negra
às fezes, por vezes cor de vinho do Porto. Nesses casos poderá estar-se
diante de um tumor do estômago ou da parte superior do intestino
delgado, já que essa cor significa que o sangue foi digerido. A médica
alerta ainda assim que, mesmo em situações em que os doentes se
aperceberam do sangue, chegam a demorar seis meses a um ano a dirigir-se
ao médico, por vezes por acharem que está ligado a hemorróidas. Sempre
que surgir deve ser avaliado.
5. Fezes brancas e urina escura
O cancro do
pâncreas é um dos tumores mais silenciosos numa fase inicial. Há dois
tipos de doença, quando o tumor está na cauda do pâncreas ou na cabeça.
Se no primeiro não há sintomas específicos, no segundo há sinais que
poderão ser valorizados cedo, o que nem sempre acontece, explica Ana
Joaquim. Dada a localização, próxima do duodeno e vias biliares, o tumor
da cabeça do pâncreas pode provocar obstrução e causar dor abdominal e
icterícia (como a bílis não passa, acumula-se na pele e dá-lhe um tom
amarelado). Geralmente, estes sintomas surgem em conjunto com outros
dois também ligados à obstrução: ausência de cor nas fezes, que surgem
com uma tonalidade esbranquiçada, e urina de cor muito escura. São
sintomas que podem resultar também de doenças benignas como pedra na
vesícula mas devem ser logo comunicados ao médico.
6. Tosse que não passa
O tumor do pulmão é outro
cancro em que os primeiros sintomas são pouco específicos. Ainda assim,
em alguns tipos são afectadas estruturas centrais do órgão e surgem
sinais que, se forem valorizados, podem traduzir-se num diagnóstico mais
atempado. Nuno Bonito, especialista do IPO de Coimbra, explica que
muitas vezes os doentes só ficam preocupados ao notar sangue na
expectoração quando devia bastar uma tosse seca e irritativa que não
passa para irem ao médico. O médico alerta que os doentes fumadores ou
com historial de cancro na família valorizam o sintoma, mas os outros
nem sempre.
7. Uma afta que não cicatriza
No caso dos
cancros da cabeça e pescoço, é um dos sintomas que menos se valoriza e
pode permitir um diagnóstico precoce ou até identificar lesões
pré-cancerígenas, alerta José Dinis, oncologista no IPO do Porto. Uma
afta na língua ou qualquer ferida, lábio ou bochecha que não passe ao
fim de dez dias deve ser vista. Outro sintoma importante no caso do
cancro da laringe é a rouquidão persistente, que caso ultrapasse os 15
dias deve motivar uma ida ao médico. O risco de cancro da cavidade oral
ou da faringe é maior nos fumadores e pessoas que bebem álcool mas pode
surgir em qualquer idade e em qualquer pessoa.
8. Líquido no mamilo
Se em alguma área existe
uma grande sensibilização é no cancro da mama. Mas mesmo assim, há
lacunas que poderão ser importantes em alguns casos, diz a médica Isabel
Augusto, especialista nesta área no Hospital de S. João. Se a maioria
das mulheres está desperta para a importância de vigiar nódulos/caroços
na mama e axila, alterações na forma, vermelhidão e calor ou alterações
na pele da mama (como casca de laranja), há sintomas que nem sempre são
associados à doença. É o caso de líquido no mamilo (uma escorrência ou
secreção) ou a inversão do mesmo. A médica sublinha que mesmo em
mulheres que estiveram recentemente a amamentar, as secreções não devem
ser desvalorizadas. “Se surgirem passados seis meses do fim da
amamentação devem ser observadas”, recomenda. O líquido não tem um
aspecto específico. Pode ser sanguinolento ou incolor.
9. Sempre no WC
Ao contrário das mulheres, os
homens desvalorizam muitas vezes os sintomas do cancro que mais os
afecta – os tumores da próstata. Isso acontece por falta de informação
mas também porque estão sempre a tentar justificar tudo sem pensar em
doenças, diz Isabel Augusto. Quando há dor, sangue na urina ou no sémen
ou ardência até procuram o médico. Mas um dos sintomas a que menos dão
importância é passarem a ter necessidade de urinar frequentemente. “É a
típica situação em que têm de voltar à casa de banho passados dez
minutos e chegam a ir várias vezes por hora”, explica a médica. Outro
sintoma de cancro da próstata em estados mais avançados nem sempre
valorizado é a dor na região das ancas e zona inferior das costas, que
pode resultar em metástases nos ossos.
10. Impotência
Neste caso há informação, mas
muitas vezes é a vergonha que faz com que os homens cheguem tarde ao
médico. Em vez de automedicar-se ou ir atrás de suplementos, deve
procurar o médico de família para descobrir a causa da disfunção
eréctil. Não significa necessariamente um tumor, mas outras doenças
nomeadamente do foro cardiovascular também devem ser controladas.
11. Sensibilidade mamária nos homens
O cancro do
testículo surge muitas vezes em homens jovens, que têm de estar mais
sensibilizados para a necessidade de estarem atentos a alterações do
tamanho e nódulos – e de fazerem por isso a palpação dos testículos uma
vez por mês, de preferência no banho. Mas o aumento do volume mamário e
mudanças na sensibilidade do peito devem também ser valorizados, avisa
Isabel Augusto, já que podem resultar de alterações na testosterona.
Perda de libido também pode ser sinal de cancro do testículo.
12. Incontinência urinária
O cancro da bexiga
tem estado a aumentar em Portugal, algo associado ao consumo de tabaco.
Isabel Augusto sublinha que o sangue na urina, um dos sintomas comuns,
costuma ser valorizado. Já a incontinência, outro sintoma importante,
muitas vezes é considerada algo normal para a idade e as pessoas começam
a usar fralda sem marcar uma consulta. Dor e ardência urinária,
urgência em urinar (por vezes sem se conseguir chegar a tempo ao WC) e
sensação de esvaziamento incompleto são outros sintomas a ter em conta.
13. Dor pélvica
No tumores ginecológicos – útero
(corpo e colo), ovário e vulva – geralmente um dos sintomas menos
valorizados é a dor pélvica persistente. “Uma moinha que até pode
melhorar mas depois volta”, diz Gabriela Sousa. As hemorragias fora
menstruação ou após a menopausa levam mais facilmente ao médico. Nesta
área, contudo, é essencial fazer o teste do Papanicolau, que permite
despistar lesões pré-cancerígenas no colo do útero. Deve ser feito a
partir dos 25 anos e, após dois exames negativos, é aconselhável de três
em três anos.
14. Descamação na pele
Nos últimos anos tem
aumentado a informação sobre cancro da pele, dos sinais de alerta a
regras de ouro como reduzir a exposição ao sol. Paulo Cortes,
oncologista em Santa Maria, insiste na mnemónica: ao analisar os sinais,
deve seguir-se a regra ABCDE e valorizar os que são A (assimétricos), B
(têm bordos irregulares), C (não têm uma cor uniforme), D (têm um
diâmetro maior que 6mm) e E (evoluíram, mudando de forma e tamanho). Mas
dentro dos cancros da pele, o especialista admite que há algo para o
qual os doentes estão menos despertos. Se o melanoma é o tipo de cancro
da pele com pior prognostico e é detectado em sinais, o cancro da pele
mais frequente é o chamado carcinoma basocelular e não aparece em
sinais. Por isso também é preciso estar atento a pequenas feridas na
pele, como se fossem frieiras, e descamações. São habituais no nariz e
orelhas e podem passar mas depois regressam, devendo ser observadas por
um médico. Manchas associadas à exposição ao sol em que a pele fique
mais rugosa merecem o mesmo cuidado.
15. Gengivite
Nos cancros do sangue, como
leucemias, a população está desperta para a importância de avaliar
gânglios inchados e hematomas mas há outros sinais a valorizar. É o caso
de gengivites, um sintoma comum num subtipo de leucemia aguda, e
infecções recorrentes.
* Esta notícia não é para assustar, desperta a atenção para alguns sinais que possamos ter e também das pessoas que nos são mais queridas.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário