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DA MADEIRA"
Mossad desmente Netanyahu quanto
. a capacidade nuclear do Irão
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu,
foi desmentido pelos seus próprios serviços de informações em 2012,
quando declarou que o Irão estava a um ano de distância de se dotar da
bomba atómica, segundo documentos secretos hoje divulgados.
A documentação foi revelada pelo jornal The Guardian e a cadeia televisiva Al-Jazeera.
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As mensagens disponibilizadas pelo diário britânico e a televisão do
Qatar proveem de trocas entre os serviços de informações sul-africanos e
homólogos estrangeiros, como o Mossad israelita, a CIA norte-americana
ou o MI6 britânico, entre 2006 e dezembro de 2014.
Uma destas trocas de correspondência põe em causa a intervenção de
Netanyahu na tribuna da Organização das Nações Unidas, em 2012. Na
ocasião, o chefe do Governo israelita exibiu um cartaz, com uma bomba em
vias de explodir, para ilustrar o que pretendia ser o seu alarme pelo
alegado estado avançado do programa nuclear iraniano.
Reivindicando basear-se em informações da Agência Internacional de
Energia Atómica (AIEA), Netanyahu garantira que, a partir do verão de
2013, "no mais tardar", o Irão só precisaria de alguns meses para obter
suficiente urânio enriquecido para a sua primeira bomba".
Algumas semanas mais tarde, a Mossad concluiu, em relatório recebido
pelos serviços sul-africanos, em 22 de outubro de 2012, que o Irão "não
tinha a atividade necessária" para a produzir.
O Irão "não parece estar pronto para enriquecer urânio a um nível
suficiente para produzir bombas nucleares", especificou-se no documento.
Para o The Guardian, este episódio ilustra "um fosso" entre a
retórica dos homens políticos israelitas e a análise dos serviços de
informações deste país.
Um dirigente israelita, questionado pelo The Guardian, considerou que
não havia qualquer contradição entre as duas posições. O
primeiro-ministro e o Mossad "disseram que o Irão estava a enriquecer
urânio com objetivo de produzir a bomba", destacou.
A publicação destas mensagens secretas ocorre quando Netanyahu se
preparar para discursar, essencialmente sobre o Irão, em 03 de março, no
Congresso dos EUA, intervenção que está a causar polémica tanto nos EUA
como em Israel.
O primeiro-ministro, em campanha para as legislativas de 17 de março,
receia que os EUA assinem um acordo demasiado favorável ao Irão.
No domingo passado, deplorou que o "terrorismo nuclear" de Teerão
"não tenha impedido a comunidade internacional de continuar a negociar
um acordo nuclear com o Irão, que lhe vai permitir construir a
capacidade industrial de que precisa para desenvolver armas nucleares".
O Guardian revela também que o MI6 e outros "serviços aliados"
pressionaram para bloquear a venda de equipamento, entre fim de 2007 e
início de 2009, de uma empresa sul-africana a uma iraniana, suspeita de
envolvimento no programa de mísseis balísticos iranianos.
A empresa sul-africana, Electric Resistance Furnaces (ERFCO), fechou
as portas depois de o contrato, de valor estimado entre 500 mil (441 mil
euros) e um milhão de dólares (882 mil euros), ter sido anulado.
Os serviços de informações britânicos estimaram que a venda teria
permitido aumentar de maneira significativa a capacidade do Irão de
produzir mísseis balísticos, "alguns dos quais poderiam transportar
ogivas nucleares".
* Benjamin Netanyahu não teria pruridos se tivesse capacidade de fazer aos palestinos o que os alemães fizeram aos judeus.
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