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"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Sindicatos:
adesão à greve dos trabalhadores
não docentes das escolas supera 80%
Mais de 80% dos trabalhadores não docentes das
escolas aderiram hoje à greve, impedindo a abertura de muitos
estabelecimentos, segundo dados da Federação Nacional dos Sindicatos dos
Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).
Em conferência de imprensa à porta da
Escola Secundária Passos Manuel, em Lisboa, o representante da
federação, Artur Sequeira, apresentou os dados provisórios e disponíveis
às 11h, que apontavam para uma adesão "acima de 80% a nível nacional".
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"Há concelhos totalmente fechados. Há escolas que abriram mas foram
fechando à medida que se foi percebendo que o número de trabalhadores
que não aderiram à greve não davam condições de segurança suficientes",
revelou o coordenador da educação da FNSTFPS, acrescentando que existem
ainda estabelecimentos de ensino onde os directores escolares tentaram
substituir trabalhadores dos quadros por contratados.
Um balanço realizado pela federação a meio da manhã indicava que
estavam encerradas 42 escolas ou agrupamentos no distrito de Lisboa, 35
no distrito do Porto, 28 em Coimbra, 47 em Aveiro, 25 em Leiria, 21 em
Viseu, 10 na Guarda e oito em Santarém.
Os trabalhadores admitem fazer novas greves - "podem ser em dias de
exames" - e manifestações, contou Artur Sequeira, sublinhando que "todo o
tipo de lutas podem estar em cima da mesa" mas as medidas a tomar serão
decididas apenas em reunião com os vários sindicatos.
O fim da contratação de desempregados inscritos no centro de emprego
para suprir as falhas nas escolas (através de contratos de
Emprego-Inserção), a criação de concursos públicos que permita contratar
novos funcionários e a alteração da recente portaria que veio definir
novos rácios de funcionários são algumas das reivindicações.
"A portaria parece um gozo com os trabalhadores", afirmou, lembrando
que faltam cerca de seis mil funcionários nas escolas de todo o país e
que o problema não ficou resolvido com o diploma sobre os rácios,
recentemente publicado em Diário da República.
O sindicalista lembrou que foi o "próprio Ministério da Educação que
reconheceu que estes são trabalhadores fundamentais para dar apoio aos
alunos, famílias e professores mas depois é a selvageria total a forma
como trata esses problemas".
Artur Sequeira lembrou que o diploma aumenta um trabalhador nas
escolas do 1.º ciclo mas diminui em número muito superior os assistentes
técnicos nos restantes ciclos de ensino.
O sindicalista alertou para a precariedade instalada nas escolas e
voltou a enumerar as restantes exigências destes trabalhadores: criar
uma carreira específica para o pessoal não docente dos estabelecimentos
de educação e ensino, repor as 35 horas semanais de trabalho, negociar
um regime de mobilidade dentro dos agrupamentos de escolas e acabar com o
processo de municipalização/privatização e o respeito pela escola
Pública.
"Os trabalhadores das escolas sabem que estão a criar dificuldades às
famílias e aos alunos mas dizem só isto: atenção, não se virem contra
nós por restarmos a fazer greve. Nós estamos a reclamar a nossa
dignidade profissional mas também estamos a reclamar mais qualidade para
a escola pública", sublinhou à porta da escola onde trabalham 20
funcionários não docentes, mas apenas três se apresentaram ao serviço
hoje.
* O ministro de Educação está numa aventura autista que parece interminável.
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