HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Pais do Amaral quer companhia aérea
no consórcio para comprar TAP
Empresário já foi abordado por duas companhias, mas a
opção estará num terceiro nome. Frank Lorenzo deverá reduzir posição
ou abandonar o consórcio.
Pais do Amaral está à procura de uma companhia aérea que
integre o consórcio para a privatização da TAP. Os contactos
desenvolvidos pelo empresário português acontecem depois de este ter
sido contacto por dois operadores no âmbito da privatização e numa
altura em que Frank Lorenzo pondera reduzir a sua posição no consórcio,
sabe o Diário Económico.
.
A mudança na estratégia de Pais do
Amaral surge igualmente depois da publicação do decreto-lei que define
os termos da privatização, que considera como critério de selecção a
"experiência técnica e de gestão no sector da aviação". O Económico sabe
que Pais do Amaral está em contacto com uma companhia sul-americana,
cujo nome não foi possível apurar, com o objectivo de reforçar as
competências técnicas do consórcio.
Ao que o Económico apurou, o
empresário terá igualmente sido contactado por duas companhias de
aviação, uma de bandeira europeia e outra sul-americana. Tudo indica que
os contactos terão partido da Azul, companhia liderada por David
Neelman, e que tem sido repetidamente referida como uma das potenciais
interessadas na privatização da TAP. O "Expresso" chegou mesmo a
escrever que se a "decisão fosse tomada hoje [a Azul] seria a
escolhida", mas a verdade é que os brasileiros têm um problema para
resolver: a legislação europeia impede que companhias aéreas
estrangeiras controlem mais de 49% do capital de empresas europeias. E o
consórcio que está a ser liderada por Pais do Amaral poderia ser a
resposta a esse problema, mas ao que o Económico apurou, as intenções da
Azul junto do empresário português não chegaram a bom porto.
Também
Germán Efromovich, proprietário da Avianca, e a companhia brasileira
Gol tem sido apontados como potenciais interessados. Se o primeiro
ultrapassou as limitações da legislação europeia requerendo a
nacionalidade polaca, possível por ser este o país de origem dos pais, e
criando uma sociedade de direito europeu, já a Gol terá de encontrar
uma solução.
Por outro lado, Frank Lorenzo pretende reduzir a
sua posição no consórcio, ou mesmo vir a abandonar a parceria com Pais
do Amaral. Ao que o Económico apurou, a opção do Governo de vender
apenas 66% da companhia aérea desagradou ao norte-americano, cuja
intenção era integrar um projecto de compra da totalidade. Pais do
Amaral já tinha dito em Novembro, aquando da aprovação da privatização,
que a decisão de não vender a totalidade da companhia colocava algumas
questões. "A nossa proposta era para 100% e vamos ter de analisar, com
os nossos parceiros, para ver se há condições para avançar, também tendo
em conta a informação do caderno de encargos", disse na altura o
empresário.
A decisão de Frank Lorenzo, não será também alheia às
notícias publicadas no final do Verão pelo jornal "i" que davam conta
de investigações à gestão do norte-americano na Continental e na
Eastern, que terão demonstrado a existência de falhas na manutenção e
operação das companhias.
No consórcio continuam firmes as posições da Barraqueiro e do BPI, mas ainda não estará fechada a possibilidade de o mesmo ser aberto a outros investidores portugueses.
Contactado, Pais do Amaral recusa-se a comentar estas possibilidades.
* Vamos rebobinar as ideias. Pais do Amaral apresentou-se acompanhado de Frank Lorenzo persona non grata no espaço aéreo americano, queriam comprar a TAP. Mas o "i" na altura apresentou as razões porque Lorenzo não seria a pessoa mais indicada para estar à frente duma companhia aérea.
A questão é que se Pais do Amaral se apresentou com Frank Lorenzo para comprar a TAP, não desconhecendo certamente a decisão das autoridades americanas, terá ele credibilidade para continuar candidato? Parece que em Portugal há muitos negócios enviesados.
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