HOJE NO
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Administração pública utiliza o
trabalho de desempregados
A Provedoria de Justiça identificou vários serviços da
administração pública que utilizam desempregados recrutados através dos
Centros de Emprego para desempenhar funções "essenciais", aos quais é
apenas paga uma bolsa, mas não um salário. Entre esses serviços
inclui-se a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), o organismo
estatal a quem cabe fiscalizar a aplicação das normas laborais.
Num ofício de 17 páginas enviado ao Governo e
citado pela TSF, a Provedoria de Justiça fala numa nova forma de
precariedade laboral e faz referência a várias queixas de desempregados
colocadas através de programas do IEFP para desempenharem funções em
escolas, juntas de freguesia, centros de saúde, segurança social e na
própria ACT.
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Em causa estão postos de trabalho considerados
essenciais para o funcionamento do Estado, sendo que, refere a
Provedoria de Justiça, a lei não permite que os programas como o
Contrato-Inserção ocupem postos de trabalho que deveriam corresponder a
uma colocação efetiva de um trabalhador.
Os desempregados
colocados nos serviços através destes programas não recebem um salário
mas uma bolsa mensal de 84 euros a que se somam subsídio de alimentação e
de transporte.
Citado pela TSF, o gabinete do ministro do Emprego
e da Segurança Social salienta que este tipo de medidas existe há
vários anos e que permite evitar o isolamento dos desempregados,
contribuindo indiretamente para a sua empregabilidade.
No ofício
refere-se, contudo, que estas colocações de desempregados criam
expectativas de empregabilidade sem que haja qualquer possibilidade de
isso acontecer.
Nos últimos tempos os sindicatos têm feito vários
alertas sobre este tipo de situações. No verão, uma das estruturas
sindicais da função pública afeta à Frente Comum dava conta da situação
de cerca de 80 trabalhadores a exercerem funções nas instalações da
Segurança Social do Areeiro que recorrerem ao provedor de Justiça para
exigir a abertura de um concurso que lhes permita aceder a um posto de
trabalho.
Na ocasião, o mesmo sindicato dava conta de que
existiriam cerca de 60 mil pessoas desempregadas a exercerem funções na
administração pública.
* Ainda existem negreiros e não são apenas os que transportam africanos do norte para Lampedusa ou costa espanhola.
** Este método e ainda outros mais engenhosos contribuem para diminuir manhosamente a taxa de desemprego.
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