HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Em 2013, o número de empresas caiu
e o volume de negócios também
Menos empresas, menos volume de negócios. Este é
retrato principal do tecido empresarial nacional em 2013,
comparativamente com o ano anterior. Abrindo o espectro, e olhando para
os últimos dez anos, é possível verificar que 2008 marca uma viragem no
universo empresarial nacional.
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Possivelmente, apenas os mais
desatentos não perceberam que, nos últimos anos, o tecido empresarial
português sofreu mudanças. Talvez uma das consequências mais notórias
disso seja o crescimento do desemprego, para níveis históricos, durante o
período de ajustamento financeiro. O Instituto Nacional de Estatística
(INE) divulgou esta sexta-feira, 26 de Setembro, os dados das empresas
em Portugal durante o período compreendido entre 2004 e 2013.
E durante estes anos, o comportamento do sector empresarial nacional
sofreu alterações. Mas vamos por partes. Em 2013, e de acordo com os
dados do INE, existiam no País 1.055.813 empresas não financeiras, o que
representa um decréscimo de 0,7% face a 2012.
Os funcionários existentes neste total de empresas é também menor que
no ano anterior: a taxa de variação de 2012-2013 é de -2,2%. Tendência
idêntica foi registada pela taxa de variação entre 2012 e 2013 no âmbito
do volume de negócios total: -0,8%.
Por outro lado, o valor acrescentado bruto (VAB), que na prática é
resultado da actividade produtiva em determinada período, registou um
crescimento 0,5% face a 2012.
Olhando para a sua dimensão, a esmagadora maioria das companhias
enquadrava-se na categoria de pequenas e médias empresas (PME), ou seja,
1.054,792 firmas - sendo este tipo de empresas a que emprega a maioria
das pessoas que trabalham no segmento das companhias não financeiras.
A sede da maioria delas continuava a ser no norte do País. O gabinete
de estatística nacional assinala ainda que "o crescimento do VAB,
conjugado com o decréscimo dos gastos com pessoal, traduziu-se num
aumento significativo do excedente bruto de exploração das empresas
(4,5%), em particular nos sectores do comércio e do alojamento e
restauração (16,4% e 13,7%, respectivamente)".
2008 o ano de mudança
O INE revela que "os principais indicadores das empresas não
financeiras evoluíram de forma semelhante ao longo do período de 10
anos". Entre os anos de 2004 e 2008, os principais indicadores
registavam uma tendência de crescimento. Nestes quatro anos, tanto o
volume de negócios como o VAB "cresceram em todos os sectores de
actividade".
No entanto, a partir de 2008, verificou-se uma queda nos principais
indicadores, "reflexo da crise financeira e económica que eclodiu a
partir do final de 2008". "O número de empresas e o pessoal ao serviço
no sector não financeiro atingiram, em 2013, o valor mínimo em dez anos,
com valores inferiores aos de 2004", acrescenta.
Assim, de 2009 a 2013 registou-se uma queda dos principais
indicadores em todos os sectores. Sendo que, a construção e o
imobiliário foram os que registaram uma descida mais significativa em
termos de volume de negócios (-11,1%) e de VAB (-11,7%).
Produtividade e exportação
De acordo com o INE, a produtividade aparente do trabalho corresponde
ao valor acrescentado bruto por trabalhador. A análise é apresentada
para vários tipos de empresas, de acordo com a dimensão e presença no
mercado exportador. De 2008 a 2013, entre as empresas de grandes
dimensões, verificou-se um crescimento da produtividade de 8,2% no grupo
que inclui as 25% menos produtivas. Entre as mais produtivas, as
variações foram inferiores, mas ainda assim positivas.
Piores resultados apresentam as PME: segundo o INE, a produtividade
do trabalho baixou em toda a linha, penalizando mais as empresas que já
eram menos produtivas. Boas notícias chegam da análise às empresas
exportadoras, onde a produtividade aparente no trabalho também aumentou,
avança o instituto.
O INE analisou ainda a evolução das remunerações neste período. Uma
das principais conclusões é da que os salários aumentaram mais nas
empresas que pagavam pior, o que aponta para uma diminuição da
desigualdade salarial na economia.
"No que respeita às remunerações, notou-se um crescimento mais
acentuado da remuneração média mensal nas sociedades que pagavam
salários mais baixos, tantos nas sociedades de grande dimensão como nas
PME", assinala o INE. A excepção foram as empresas do sector exportador
que promoveram um aumento das remunerações médias em torno dos 7%.
Quebra no investimento
A taxa de investimento entre 2008 e 2013 recuou em todos os sectores.
Olhando para os sectores da agricultura e pescas, bem como transportes e
armazenagem, e alojamento e restauração, a redução atingiu mais de 20
pontos base.
"As sociedades exportadoras evidenciaram um melhor desempenho
económico-financeiro face às não exportadoras, registando um rácio de
autonomia financeira mais elevado", aponta ainda o INE. "A crise
financeira não impediu (ou poderá mesmo ter impulsionado) o aparecimento
de novas sociedades exportadoras, que assumiram em 2013 um peso
significativo nos principais indicadores económicos, face a 2008".
Em 2008, 4,6% das sociedades eram exportadoras e, em 2013, essa
percentagem subiu para 5,8%. Em termos de pessoal ao serviços, as
empresas exportadoras tinham 18,4% dos trabalhadores e em 2013, 21,4%.
* Os números do (in)sucesso deste governo.
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