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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Costa e Rio convergem na ideia
de um Presidente da República
mais ativo e interventivo
O ex-presidente da Câmara do Porto e António Costa, atual presidente da
Câmara de Lisboa e candidato a líder do PS, convergiram esta terça-feira na ideia de
que o próximo Presidente da República deve ter um papel mais ativo e
interventivo.
"Acho que vivemos uma situação excecional. Entendo que o
próximo Presidente da República devia ser muito mais interventivo,
precisamente ao nível da implementação das reformas no regime, seja na
área da justiça, seja na área da política", defendeu Rui Rio,
acrescentando que a magistratura de influência, em "situações extremas",
é insuficiente.
Para António Costa, quando se vivem crises
graves, ou "gravíssimas" como a atual, todos os portugueses sentem,
segundo o autarca de Lisboa, "a imprescindibilidade de um Presidente da
República como um elemento catalisador de consensos ou capaz de
dinamizar o diálogo social".
Costa e Rio foram dois dos oradores
na conferência intitulada "A política, os políticos e a gestão dos
dinheiros públicos", organizada pela TSF e pela Ordem dos Técnicos
Oficiais de Contas, na qual será apresentado o anuário dos municípios.
Segundo
Rui Rio, as reformas necessárias só poderão ser implementadas caso os
"líderes políticos coloquem o interesse nacional acima de tudo", mas
também é importante que na presidência da república esteja alguém
"fortemente empenhando" em que isso [reformas] aconteça.
"Na minha
lógica, no momento histórico que atravessamos, não basta ao Presidente
da República uma magistratura de influência, mas que também esteja
sempre tentado a impor um ritmo de mudança, que acho que é fundamental
para o país. [O Presidente da República] pode ser um elemento
catalisador dessa mudança", frisou o ex-presidente da Câmara do Porto.
Rui Rio recusou-se ainda a "alimentar polémicas" sobre a possibilidade de vir a ser candidato presidencial.
Na
mesma linha, António Costa entende que o Presidente da Republica deve
exercer as suas funções num quadro constitucional, mas vincou que essas
funções "não se limitam a mandar diplomas para o Tribunal Constitucional
para apreciação ou fiscalização preventiva".
O candidato à
liderança do PS acrescentou que o papel do Presidente da República "é
muito mais do que fiscalizador da Constituição", e que deve promover um
"papel mais ativo", além de ter a capacidade de independência em relação
aos partidos.
Neste particular, Costa aproveitou para criticar
Cavaco Silva, considerando que existiu uma aproximação do Presidente da
República ao PSD que "foi terrível e agravou a crise", razão pela qual
defende "uma outra forma de exercer a Presidência da República".
* Embora não gostemos da personagem, Mário Soares, exerceu com vigor a sua magistratura de influência enquanto PR sem precisar de se alterar o regime semi-presidencialista em vigor, Eanes foi presidente com outras regras, Sampaio foi mais doce, Silva quase que já se sabe como ficará na história.
É extraordinário como Costa e Rio se entendem...
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