HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Défice agrava-se, Finanças justificam
com TC e gastos com juros
O défice orçamental no primeiro semestre do ano está pior do que no mesmo período de 2013.
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Nos primeiros seis meses do ano, o défice orçamental
atingiu os 4.192 milhões de euros, mais 149 milhões do que na primeira
metade de 2013, revelou hoje o Ministério das Finanças, com base em
dados da execução orçamental até Junho, da Direcção-geral do Orçamento.
De acordo com o Ministério liderado por Maria Luís Albuquerque, a
degradação dos resultados da execução na primeira metade do ano
justifica-se pelo "efeito sobre a despesa resultante do pagamento do
subsídio de férias (em 2013 este pagamento ocorreu em Novembro) e ainda o
efeito do aumento das remunerações em resultado da decisão do Tribunal
Constitucional bem como o aumento do pagamento de juros".
O Ministério das Finanças frisa contudo que o saldo primário (que
desconta o efeito dos juros) foi positivo em 358 milhões de euros, tendo
até melhorado 515 milhões de euros face a igual período do ano passado.
Avaliando em maior detalhe a execução orçamental da administração
central, o Ministério das Finanças sublinha o bom comportamento da
receita fiscal. O Fisco já arrecadou 17.129 milhões de euros, "o que
representa um aumento expressivo de 711 milhões de euros face ao
montante cobrado em igual período de 2013". Mais: este crescimento
"supera o objectivo inscrito no Orçamento do Estado para 2014", nota o
comunicado.
A contribuição do sector bancário rendeu 160 milhões de euros, o IVA
está a subir 3,8% e os impostos directos (IRS e IRC) aumentaram 5,6%.
"Esta melhoria evidencia a recuperação da actividade económica e a
crescente eficácia das novas medidas de combate à evasão fiscal e à
economia paralela", defende o Governo.
Do lado das despesas, o Executivo volta a apontar o dedo ao Tribunal
Constitucional. Estes gastos "inflectiram o seu decréscimo e aumentaram
8,2% (-4,3% até Maio) em resultado, sobretudo, do pagamento do subsídio
de férias os trabalhadores em funções públicas (no ano transacto foi
pago em Novembro) e do efeito resultante do aumento das remunerações na
sequência da decisão do Tribunal Constitucional", lê-se no comunicado.
Note-se, contudo, que já em Maio as despesas com pessoal estavam a
cair aquém do previsto no Orçamento do Estado para este ano e que também
antes de ter sido conhecida a decisão dos juízes conselheiros o Governo
já tinha assumido dificuldades na execução orçamental. Na carta enviada
ao FMI, a 26 de Maio, o Executivo reconhece que a folga obtida com a
execução orçamental de 2013 já tinha sido toda gasta.
* Este governo andou durante os últimos três meses em púlpitos de optimismo serôdio e agora Pum, o défice pula e avança, mas a bola é negra e está nas mãos da abastança.
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