HOJE NO
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Advogados em protesto acusam Governo de "esvaziar o interior" do país
Sobre
a queixa-crime que a OA tem intenção de apresentar contra os membros do
Governo que assinaram a reorganização judiciária, Jaime Martins disse
que não vai subscrever a queixa, nem o "Conselho Distrital de Lisboa" o
fará
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Advogados
em protesto em frente ao parlamento acusaram hoje o Governo de
"esvaziar o interior" com a introdução do novo mapa judiciário, que
fecha 20 tribunais e converte 27 outros em igual número de secções de
proximidade.
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ELINA FRAGA |
Paula Silva, de Bragança, disse que "o Governo está a esvaziar o
interior do país" com uma reforma "sem sentido", enquanto José Costa, de
Amares, sustentou que "é um crime o que se está a fazer".
Maria Andrade, de Coimbra, outra dos muitos advogados que protestaram
sob sol abrasador de toga vestida, salientou que "o novo mapa é um
desastre", pois "quem o fez não se lembrou das populações".
Por seu lado, o vice-presidente da Câmara Municipal de Castro Daire,
Eurico Moita, viajou para Lisboa juntamente com "50 pessoas", para
"todos manifestarem a sua indignação pelo fecho do tribunal" naquela
localidade.
"Queríamos o nosso tribunal aberto, que tem instalações próprias.
Tínhamos condições para que continuasse aberto e, sem tribunal, vai
obrigar as populações a fazer distâncias incomportáveis", disse.
Eurico Moita declarou ainda que, com a nova comarca, quem pretender
deslocar-se a tribunal "terá de fazer 30 quilómetros desde a sede do
concelho até Viseu e até poderá ter de fazer mais quilómetros se for a
Lamego".
"São situações difíceis, sobretudo havendo dificuldades de
transportes públicos", salientou, assinalando a desproteção do interior
do país.
O presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados
(OA), Jaime Martins, referiu que duvida que "o protesto tenha sido em
vão" e revelou acreditar que o mapa judiciário "vai ser revogado",
porque "não serve a cidadania nem o tecido empresarial português".
Jaime Martins afirmou ainda que deve ser "revisto o número de
magistrados e algumas valências que foram retiradas de algumas
estruturas que continuam abertas e outros tribunais que foram encerrados
e devem ser reabertos".
Sobre a queixa-crime que a OA tem intenção de apresentar contra os
membros do Governo que assinaram a reorganização judiciária, Jaime
Martins disse que não vai subscrever a queixa, nem o "Conselho Distrital
de Lisboa" o fará.
"Parece-me que não há fundamento jurídico para isso e acho que, de
alguma forma, a queixa prejudica o papel que a OA deve ter enquanto
interlocutor privilegiado e parceiro na administração da Justiça".
No discurso de encerramento protesto, a bastonária dos advogados,
Elina Fraga, disse que a ação foi convocada "para defender o Estado de
Direito" e não em defesa "da classe" e "em defesa do acesso à Justiça e
dos direitos fundamentais dos cidadãos".
Manifestando "orgulho" pela "união da classe", a bastonária afirmou
que acredita "profundamente" na democracia, porque, acentou, "as más
decisões podem ser revogáveis".
Referiu ainda que "algumas autarquias já reuniram assinaturas
necessárias para a reapreciação parlamentar" do novo desenho judiciário,
que cria 23 comarcas e encerra 20 tribunais, transformando 27 em igual
número de secções de proximidade".
* O Conselho Distrital de Lisboa da OA é PSD portanto tem de obedecer ao chefe.
** O governo quer desertificar o interior português, na justiça, na saúde, no ensino, anda por aí o boato que querem oferecer o país meio vazio à família do DDT para jogarem ao monopólio.
O que aconteceu no BES só foi possível com a cumplicidade dos partidos do "covil da governação"
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