HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
Amnistia Internacional apela ao Governo chinês
. para que reconheça a violação
Massacre de Tiananmen reacende
luta pelos direitos humanos
A Amnistia Internacional apelou hoje ao Governo chinês que reconheça a violação dos direitos humanos no massacre da praça Tiananmen, faça justiça às suas vítimas e não realize mais perseguições aos ativistas.
“O apelo é para que os acontecimentos (de Tiananmen) sejam reavaliados, para que seja feita justiça às vítimas e para que se deixe de perseguir e prender todos aqueles que agora estão a pedir a reavaliação dos fatos e justiça às vítimas”, explicou Teresa Nogueira, coordenadora do cogrupo da China da Amnistia Internacional (AI) de Portugal.
A 04 de junho de 1989, o exército chinês reprimiu os manifestantes que estavam concentrados há várias semanas na praça Tiananmen, em Pequim, pedindo mais liberdade política e de expressão e o fim da corrupção no país, entre outras reivindicações.
Segundo várias Organizações Não Governamentais morreram milhares de manifestantes enquanto o governo insiste apenas na morte de dezenas de estudantes.
A AI está a recolher assinaturas para uma petição sobre Tiananmen que será entregue ao Governo chinês até 12 de junho.
A organização não-governamental dos direitos humanos quer que o Governo chinês “reconheça e responsabilize os que cometeram as violações dos direitos humanos e indemnize as vítimas da repressão de 1989 e as suas famílias”.
“O Governo chinês, com a proximidade dos 25 anos da repressão na praça Tiananmen, está a perseguir e prender dezenas de ativistas”, disse Teresa Nogueira.
Entre os presos nas últimas semanas, de acordo com a coordenadora da AI, estão “o advogado de direitos humanos Pu Zhiqian, e a jornalista Gao Yu. Outros, como Ding Zilin, porta-voz do movimento das Mães de Tiananmen, foram colocados em prisão domiciliária”.
“Os cidadãos chineses estão a protestar e também através da Internet.
Apesar de ser censurada, as pessoas recorrem a servidores de Internet estrangeiros, sendo um meio muito utilizado pelas para denunciar as situações de corrupção e a falta de liberdade de expressão”, disse Teresa Nogueira.
A ativista diz que as reivindicações de hoje são as mesmas de há 25 anos, pois “não houve mudanças no país” e as promessas de abertura política e o respeito pelos diretos humanos e liberdades civis ficaram por cumprir, mesmo que estes estejam previstos na Constituição chinesa.
“Há centenas de manifestações na China que não ficamos a saber, muitas em fábricas, devido às más condições de trabalho, que são amplamente reprimidas e abafadas”, sublinhou.
A corrupção é um problema que continua a atingir a China e, a nível provincial, os governos estão a desalojar centenas de pessoas de suas casas e propriedades agrícolas para a construção de grandes complexos fabris e habitacionais, segundo a coordenadora da AI.
“Além de ganhar dos agentes promotores destes complexos, os políticos também querem apresentar números de crescimento e desenvolvimento ao governo central para conseguir benesses e promoções”, acrescentou.
A coordenadora da AI também referiu o facto da repressão que existe nas regiões que pretendem autonomia, como o Tibete e a Mongólia.
Teresa Nogueira afirmou ainda que as manifestações de 1989 valeram a pena, pois promoveram a “consciencialização de muitas pessoas" para o que ocorria, de facto, na China.
* A luta da Amnistia Internacional é titânica e muito respeitável, o facto de na China continuar a existir uma sórdida ditadura, deve-se ao apoio internacional dos países democráticos, a China comprou quase 40% da dívida americana, a China invade a Europa e compra-a passo a passo, na América Latina domina assim como em África. Viva a democracia da ditadura económica.
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