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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Portugal admite prescindir do
último cheque da troika
A ministra das Finanças admitiu, esta terça-feira, em Bruxelas, que o Governo "pode
ponderar a hipótese" de prescindir da última tranche dos empréstimos
concedidos no quadro do programa de assistência financeira, mas reiterou
que não há ainda decisões tomadas.
Em
declarações à imprensa portuguesa, à margem de um "Fórum Económico" na
capital belga, Maria Luís Albuquerque, questionada sobre se Portugal
pode passar sem o último "cheque" da troika - em suspenso até à adoção
de medidas alternativas àquelas chumbadas pelo Tribunal Constitucional
-, admitiu que sim e que é uma possibilidade que pode ser ponderada pelo
Governo.
"Poder, pode... Podemos ponderar essa hipótese, mas não
há decisões ainda, ainda estamos a ponderar o que fazer", disse,
apontando por diversas vezes que o Governo desconhece ainda "a dimensão
do problema" que tem para resolver.
Na segunda-feira, o
primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu que o Governo não
tenciona reabrir o programa de assistência económica e financeira, que
ficou concluído a 17 de maio, apontado que aquilo que está em causa é
apenas o pagamento da última tranche de empréstimos que deveriam ter
sido canalizados para Portugal na sequência da 12.ª avaliação, tendo
Maria Luís Albuquerque especificado hoje que em causa estão "pouco mais
de 2 mil milhões de euros".
A ministra das Finanças insistiu que
não existem negociações concretas em curso com a troika sobre medidas
alternativas, pois, insistiu, o Governo desconhece ainda a dimensão das
consequências dos chumbos do Tribunal.
"Nós não estamos a negociar
nada. Nós estamos a ponderar o que é que pode ser feito em termos de
programa. Mas, como já foi dito, nós ainda não conhecemos a dimensão do
problema para podermos encontrar uma solução. Portanto, nesse sentido,
não podemos negociar solução nenhuma", disse, reforçando que "não há
nenhuma solução em cima da mesa".
A ministra sublinhou que,
independentemente do programa de assistência financeira, há outros
compromissos que o país deve respeitar, pelo que terá sempre de
encontrar medidas compensatórias.
"Os nossos compromissos em
termos de metas não são só no âmbito do programa, são também no âmbito
do tratado orçamental", que é "independente do programa", realçou.
* Afinal o veto do Tribunal Constitucional revela que podemos prescindir da última tranche do empréstimo, estamos ricos. Viva o desgoverno.
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