19/06/2014

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Demissão em bloco no S. João do Porto contra política de Paulo Macedo

Todos os directores das unidades autónomas de gestão e directores de serviços clínicos e não clínicos do Centro Hospital de S. João (CHSJ), no Porto, dizem "basta" e apresentam pedido de demissão.

Contra a política que impede ou dificulta renovações de contratos de pessoal e aquisição e renovação de material e contra a possibilidade de estar em risco a qualidade na prestação de cuidados de saúde à população, os 66 chefes intermédios do CHSJ apresentaram a sua demissão ao conselho de administração.

"Os responsáveis pelas oito unidades intermédias de gestão do Centro Hospitalar de São João (Unidades Autónomas de Gestão de Medicina, de Cirurgia e de Urgência e Medicina Intensiva, Centros Autónomos de Medicina Laboratorial e de Imagiologia, Clínica da Mulher, Clínica de Psiquiatria e Saúde Mental e Hospital Pediátrico Integrado) e os 58 Directores de Serviços clínicos e não clínicos decidiram, em reunião efectuada na manhã do dia 19 de Junho, apresentar o seu pedido de demissão", informa o Centro Hospitalar em comunicado.

A notícia tinha sido avançada esta quinta-feira pela RTP, mas dizia-se que também os membros de conselho de administração teriam renunciado aos cargos.

Porém, o conselho de administração do CHSJ esclarece no comunicado que "concorda com as razões apresentadas e está solidário com as suas lideranças intermédias, tendo reportado esta situação à tutela". Mantendo-se contudo em funções.

O Negócios falou com um dos directores clínicos do hospital, que justificou o pedido de demissão já apresentado à administração com a "defesa da qualidade na prestação do serviço que prestamos aos doentes que servimos e da autonomia de gestão do centro hospitalar".

Questionado pelo Negócios sobre se o pedido de demissão já foi comunicado ao ministro da Saúde, fonte oficial do Ministério da Saúde ainda não respondeu.

Entre as razões apresentadas pelos directores clínicos e não clínicos do Hospital de S. João, um dos maiores do País, estão "a qualidade na prestação de cuidados de saúde à população estar em risco", "a desvalorização do Centro Hospitalar de São João e da sua missão no contexto da região e do país", "a impossibilidade da implementação do desenvolvimento estratégico do Centro Hospitalar de São João", "o impedimento da acção gestionária do Conselho de Administração e das estruturas intermédias de gestão do Centro Hospitalar, por via da centralização administrativa, no que concerne a políticas de recursos humanos, investimentos, manutenção estrutural, infraestrutural e de equipamentos e compras, que afectará gravemente a prossecução da sua missão e a actividade assistencial, apesar de, reiteradamente, o Centro Hospitalar de São João apresentar resultados económico-financeiros positivos e resultados clínicos e assistenciais ao nível dos melhores da Península Ibérica".

* O Hospital de S. João é uma instituição de referência, o que está a acontecer é muito mau.

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