19/06/2014

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 HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Estudo da FMP sobre a dor crónica em Portugal 
Custos ascendem aos 4600 milhões de euros 

Um estudo coordenado pelo investigador Luís Azevedo, da Faculdade de Medicina do Porto, revela que os custos diretos e indiretos anuais relacionados com a dor crónica em Portugal ascendem aos 4600 milhões de euros.

 “A investigação demonstrou que os custos diretos anuais, relacionados com consultas, exames e tratamentos para a dor, atingiram um valor de 1997 milhões de euros, enquanto os custos indiretos anuais, devidos ao absentismo, aposentação precoce e perda de emprego, atingem os 2645 milhões de euros, contabilizando, assim, um custo total anual de 4611 milhões de euros. 

Este valor é manifestamente significativo, representando 2,7% do PIB nacional”, explicou o investigador Luís Azevedo. O estudo determinou ainda que a média dos custos totais anuais por indivíduo com dor crónica foi de 1883 euros, estando 43 por cento relacionados com custos diretos (807 euros) e 57 por cento com custos indiretos (1080 euros).

 “Além da sua alta frequência e o seu impacto individual e social, a dor crónica tem mostrado estar fortemente associada a uma grande utilização de serviços de saúde, a uma importante redução da produtividade no trabalho e consequentemente a grandes custos diretos e indiretos”, salientou o investigador principal do estudo. 


 Os custos diretos de saúde foram calculados por cada paciente, adicionando os custos de medicamentos para a dor, as modalidades não-farmacológicas de tratamento da dor, consultas nos cuidados de saúde primários e hospitalares, consultas com outros profissionais de saúde e exames complementares de diagnóstico realizados. 

Por outro lado, os custos indiretos, associados à produtividade perdida devido ao afastamento temporário do trabalho, aposentação precoce e perda de emprego, foram calculados com base no número de dias de trabalho perdidos da população ativa e o rendimento diário nacional de cada classe específica. 

O estudo foi realizado, numa primeira fase, a partir de uma amostra de 5094 pessoas, selecionadas aleatoriamente e representativas da população adulta portuguesa. A segunda fase do estudo contemplou uma análise mais detalhada de 562 pessoas com dor crónica identificadas na primeira fase. Em Portugal, a dor crónica afeta mais de 30 por cento dos adultos portugueses. 

É uma situação de dor persistente que, se não for seguida e tratada de modo adequado, poderá afetar gravemente a qualidade de vida das pessoas e pode levar à incapacidade total ou parcial para o trabalho. Os resultados finais do estudo serão apresentados amanhã, no Fórum Futuro 2014, em Oeiras. 

* As pessoas com o síndrome da dor crónica sofrem terrivelmente, é uma doença tenebrosa.

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