HOJE NO
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Mota Soares ordenou actuação
contra empresas que proibem trabalhadoras de engravidar
O ministro falava no parlamento durante uma interpelação ao governo marcada pelo BE sobre precariedade
O ministro do Trabalho, Pedro Mota Soares, afirmou hoje
que é "intolerável" e "ilegal" que empresas queiram obrigar
trabalhadoras a não engravidar e disse que deu ordem aos serviços
inspetivos para atuar e penalizar essas empresas.
"A situação que ontem [quarta-feira] foi relatada é uma situação
gravíssima, é uma situação ilegal, é uma situação que mais do que ser
ilegal é intolerável e o Governo não pode pactuar com empresas que querem obrigar trabalhadoras portuguesas a não engravidar durante um período de tempo", afirmou Mota Soares.
O ministro falava no parlamento durante uma interpelação ao Governo
marcada pelo BE sobre precariedade, respondendo a uma pergunta do líder
parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, sobre uma notícia do jornal Correio da Manhã, segundo a qual empresas obrigam funcionárias a assinar uma declaração em que se comprometem a não engravidar no prazo de cinco ou seis anos.
"Quando tivemos conhecimento dessa denúncia, pedimos aos serviços
inspetivos que contactassem a pessoa que fez essa denúncia, para saber
os casos concretos de forma a que os serviços de inspeção possam atuar
nesses casos concretos e possam penalizar quem tem comportamentos como
esses, que são inaceitáveis, intoleráveis e ilegais", afirmou.
A deputada e coordenadora do BE Catarina Martins tinha-se referido a
esta situação na intervenção de abertura do debate, referindo que na
quarta-feira "o país acordou chocado com as declarações de um
responsável, nomeado pelo Governo, a garantir que há empresas que
proíbem as suas funcionárias de engravidar".
"Não basta ao Governo apelar à denúncia por parte das vítimas, mais a
mais quando são as suas políticas que destruíram os direitos mais
básicos e abrem a porta à lei da selva", afirmou Catarina Martins.
No debate, a oposição criticou o que considera ser a precariedade
fruto das opções do Governo, com a deputada socialista Inês de Medeiros a
afirmar que "não há um único estudo que demonstre que diminuir direitos
aumenta as potencialidades da economia".
A deputada do PS Sónia Fertuzinhos usou um caso concreto de uma desempregada de longa duração, convertida em desempregada de curta duração através da frequência de formações breves do instituto de emprego e formação profissional.
Na resposta, o ministro Pedro Mota Soares assegurou que a frequência de ações de formação "não afeta a contagem do tempo de desemprego".
Pelo PCP, Jorge Machado acusou o executivo de promover "direta e indiretamente a precaridade no setor público e privado, num processo de substituição de trabalhadores com direitos por trabalhadores sem direitos".
Também a comunista Paula Santos responsabilizou o Governo por
recorrer a "contratos emprego e inserção para suprir necessidades
permanentes", promovendo a precariedade "na saúde, na educação, nas
autarquias".
A bloquista Mariana Mortágua desfiou "relatos verídicos" de precários, pessoas que trabalham
em 'call centers', restaurantes, empresas de turismo, "que fazem
contratos ao dia, à semana, ao mês, para preencher vagas que são
permanentes".
A deputada pediu uma resposta para as 435 mil pessoas abaixo dos 34
anos que não trabalham nem estudam - "a geração nem nem" -, gente que
não tem perspetivas de futuro, não tem emprego nem subsídio de
desemprego porque nunca foi empregada".
O deputado José Luís Ferreira, de 'Os Verdes', responsabilizou o
executivo pela "generalização da precariedade", que "duplicou em 2013"
na administração pública, passando "de 11 mil para 27 mil" trabalhadores nessas condições.
A deputada do PSD Andreia Neto sublinhou a taxa de desemprego
"revela uma tendência que há mais de um ano e meio, mensalmente, se
repete numa trajetória de descida" e que, cruzada com "outros
indicadores positivos", permite dizer que "valeu a pena".
* O ministro Mota é o D. Pichote do sec XXI. Estamos a vê-lo de arnês e viseira, empunhando agulha de croché, à desfilada na lambreta em busca do novo tipo de empreendedores, os "empresários anti-conceptivos".
- Oh sr ministro, esses empresários são os que se quotizam para que entrem umas massas nos cofres do PS, PSD e CDS, estão muito perto de si.
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