HOJE NO
"i"
Cancros de pele estão a aumentar devido a maratonas e desportos ao ar livre
O
atletismo está na moda - sublinhou - e enquanto há 10 anos havia 10 mil
participantes na maratona da ponte, hoje em dia são 35 mil
As
maratonas e outros desportos ao ar livre estão a contribuir para o
aumento de casos de cancros de pele, apesar de os portugueses estarem a
ter mais cuidados de proteção à exposição solar, alertaram hoje
especialistas.
Esta foi a ideia mais defendida durante uma conferência promovida
hoje pela Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) para apresentar
o programa do “Dia do Euromelanoma”, que este ano se assinala a 14 de
maio.
“Os números [de casos de cancros de pele] estão a aumentar, apesar de
haver mais campanhas e de as pessoas se estarem a comportar melhor na
exposição ao sol. Mas há os comportamentos emergentes”, disse o
secretário-geral da APCC.
De uma maneira geral, as pessoas respeitam mais as horas de exposição
solar, usam mais protetor e camisola, afirmou, explicando o aumento do
número de casos com o trabalho ao ar livre e os desportos ao ar livre,
como as maratonas.
“O sol não é só na praia, é no desporto e no trabalho”, sublinhou o
responsável, apontando os resultados de inquéritos realizados em 2013,
que revelaram haver muito baixa proteção ao sol entre quem pratica
atividades físicas ao ar livre.
Quase a totalidade (90%) dos participantes em maratonas inquiridos
tinham um curso superior e, destes, 10% assumiram treinar entre as 11:00
e as 17:00, só 7% disseram usar protetor solar durante os treinos e as
corridas e apenas 18% usam sempre chapéu.
O mesmo estudo revelou ainda que 12,8% tiveram este ano queimaduras solares durante maratonas.
“Este é um grupo emergente de risco”, alertou o responsável da APCC,
considerando os dados preocupantes e espantando-se com o facto de
dizerem respeito a pessoas com cursos superiores e, à partida, mais
informadas e esclarecidas.
O atletismo está na moda - sublinhou - e enquanto há 10 anos havia 10
mil participantes na maratona da ponte, hoje em dia são 35 mil.
O atleta Paulo Guerra, presente da conferência para dar testemunho do
melanoma que teve, fruto de anos de desporto ao ar livre, lamentou que
os comportamentos de risco ao ar livre não tenham sido modificados.
Nas zonas de treino, que continua a frequentar, “os atletas não usam
qualquer proteção e muitas vezes acabam por tirar a própria camisola”.
“Devia haver mais sensibilização nas zonas de treino, porque o atleta
está mais preocupado com a sua prestação e com o treino do que com tudo
o resto, considerou, revelando ainda que nem as federações, nem os
médicos de medicina desportiva alertam para esta questão, porque "estão
mais virados para outras preocupações, outro tipo de lesões".
Consciente desta realidade, a APCC esteve hoje de manhã na Comissão
Parlamentar de Saúde, para dar a conhecer estes resultados e apresentar
algumas recomendações, uma das quais é a criação de um “manual de boas
práticas” para o desporto ao ar livre.
No que diz respeito às profissões desempenhadas a céu aberto, como
agricultura ou pesca, os responsáveis mostram-se preocupados com o
agravamento de comportamentos dos trabalhadores, como despir a camisola e
trabalhar em tronco nu.
Neste âmbito, sugeriram aos deputados que seja instituída a obrigação para o trabalhador e o empregador de cumprirem regras.
O papel do professor/educador também não foi descurado, tendo sido
sugerido a criação de manuais com conteúdo programático sobre “Sol e
pele”.
* Desde que instalámos este blogue, temos vindo a alertar, que a pretexto de moda social, se agrava expressivamente a contabilidade de algumas patologias, o cancro da pele é uma delas.
Virá o tempo que a comunicação social trará notícias contra a moda dos ginásios, nós já o fazemos, os melhores exercícios são a marcha e a dança, com moderação.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário