07/05/2014

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HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

AMI regista aumento de 42 casos face a 2012 
Mais de 500 novos casos apoiados 

Perto de 550 pessoas sem-abrigo foram atendidas pela primeira vez, em 2013, nos equipamentos sociais da Assistência Médica Internacional, que registaram um aumento de 42 casos face a 2012, revela um relatório da Fundação AMI. 
No ano passado, foram atendidas pela primeira vez 546 pessoas, mais 42 casos (8%) que em 2012, que se enquadram na tipologia de sem-abrigo definida pela Federação Europeia das Organizações que Trabalham com a População Sem-Abrigo. 

 O diretor-adjunto do Departamento da Ação Social da AMI explicou que se trata de “um conceito mais alargado de sem-abrigo”, que contempla situações de pessoas que estão em centros de acolhimento de emergência ou temporário, que vivam em quartos alugados, em barracas ou em casas sobrelotadas. João Batista adiantou que “tem havido um aumento grande desta situação, tanto a nível geral da população que se dirige aos equipamentos sociais a nível nacional, como a nível dos sem-abrigo”. 

Segundo os dados do Relatório de Atividades e Contas 2013 da AMI, dos 546 novos casos apoiados, 26% são mulheres, mais 2% face a 2012. Desde 1999, ano em que a AMI começou a fazer esta contagem, foram apoiadas 9890 pessoas nesta situação. 

Em 2013, frequentaram os equipamentos sociais 1679 pessoas sem-abrigo, representando 11% da população total apoiada pela AMI, mais 234 casos (16%) relativamente a 2008. Os casos distribuem-se maioritariamente pela Grande Lisboa (52%) e pelo Grande Porto (37%), tendo-se verificado, como no ano anterior, uma nova descida face a 2012 no Porto (10%). 

Por outro lado, ao contrário do ano anterior, na região da Grande Lisboa, registou-se um aumento de 4%. A maioria são homens (76%), predominantemente da faixa entre os 40 e os 59 anos (50%), seguida da dos 30 aos 39 anos (20%). 

Os dados indicam que 79% são portugueses, seguindo-se os naturais dos PALOP (12%), da União Europeia (3%) e “outros países” (2%), onde se incluem o Brasil e a Índia. A maioria (52%) tem o 1.º ou 2.º ciclo de escolaridade, 16% tem o 3.º ciclo, 9% têm frequência do ensino secundário e 1% do ensino superior. Há ainda 5% sem escolaridade e 64% sem formação profissional. 

A grande maioria (74%) encontra-se sozinha (solteira, divorciada ou viúva) e 14% é casada ou vive em união de facto. Doze por cento disseram estar na situação de sem-abrigo entre um a dois anos e 19% há mais de quatro anos. 

Segundo o documento, 26% dos sem-abrigo pernoitam na rua (escadas, átrios, prédios e carros abandonados, contentores e estações), 19% dormem em quartos ou pensões, 12% estão em alojamento temporário, de emergência ou destinado a vítimas de violência doméstica. Já 15% pernoitam em casa de familiares ou amigos e 7% vivem em habitação inadequada. 

 Há ainda 7% que vive em casa alugada e 7% em casa própria, mas que pertencem ao grupo dos sem-abrigo porque se encontram sob ameaça de ações de despejo ou expulsão. Para João Batista, é uma “situação preocupante”, que pode “ocorrer com o desemprego, com o endividamento a nível de habitação e ausência quase total de ajuda a nível de família, vizinhos, de amigos, porque a situação também está a generalizar-se a nível de empobrecimento”. 

Em 2013, foram recebidos pela primeira 37 homens no Abrigo Noturno de Lisboa e 17 no do Porto. O número total de pessoas apoiadas por estes dois equipamentos sociais em 2013 foi de 119 homens.

* Parece que o governo não gosta destes números.



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