HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Uma em cada 14 mulheres no mundo
já foi vítima de abuso sexual
Africa é o continente com mais casos de violações, mas há países na Europa com taxas verdadeiramente preocupantes.
De acordo com um estudo, publicado pela revista 'The
Lancet', na Suíça, Espanha, Suécia, Reino Unido, Dinamarca, Finlândia e
Alemanha 11 em cada 100 mulheres já foram vítimas de abuso sexual, pelo
menos uma vez, por parte de alguém que não o seu parceiro.
A
estimativa sugere que a situação varia muito de país para país, com a
taxa de mulheres vítimas de abusos a atingir 20% na região central da
África subsariana, mas em média 7,2% das mulheres com 15 anos ou mais
afirmam ter sido atacadas sexualmente pelo menos uma vez na vida.
"Descobrimos
que a violência sexual é uma experiência comum para as mulheres em todo
o mundo, e em algumas regiões é endémica, atingindo mais de 15% em
quatro regiões. No entanto, as variações regionais precisam de ser
interpretadas com cautela devido às diferenças na disponibilidade dos
dados e nos níveis de denúncia", explicou Naeemah Abrahams, do Conselho
de Investigação Médica da África do Sul, que liderou o trabalho com
colegas da Escola de Higiene e Medicina tropical de Londres e com a
Organização Mundial de Saúde.
Após procurar
estudos publicados ao longo de 13 anos (1998-2011) com dados sobre a
prevalência global de violência sexual, os cientistas identificaram 77
estudos válidos, recolhendo dados sobre 412 estimativas em 56 países.
Os
resultados mostram que as mais altas taxas de violência sexual surgem
no centro da África subsaariana (21% na República Democrática do Congo),
no sul da mesma região (17,4% na Namíbia, África do Sul e Zimbabué), e
na Oceânia (16,4% na Nova Zelândia e Austrália).
Na
Europa, os países de Leste (6,9% na Lituânia, Ucrânia e Azerbaijão)
registaram uma prevalência muito mais baixa do que os do centro (10,7%
na República Checa, Polónia, Sérvia e Montenegro e no Kosovo) e do que
os do ocidente (11,5% na Suíça, Espanha, Suécia, Reino Unido, Dinamarca,
Finlândia e Alemanha).
Os países do Norte de África e Médio Oriente (4,5% na Turquia) e no sul da Ásia (3,3% na Índia e Bangladesh) registaram as taxas mais baixas.
Os autores do estudo, não deixaram de sublinhar, que estes dados não correspondem à verdadeira magnitude do problema. Em causa está muito provavelmente o estigma e da culpa associada à violência sexual, que leva as vítimas a não denunciarem e prejudica a qualidade dos dados usados.
* Não compreendemos os 3,3% na Índia mas respeitamos os autores do estudo.
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