HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Remédio Santo:
Arguido assume esquema
de burla ao SNS
Esquema de uso fraudulento de receitas médicas terá burlado o Serviço Nacional de Saúde em quatro milhões de euros.
Um dos principais arguidos do processo ‘Remédio
Santo’ confessou em tribunal, esta quarta-feira, a prática de um esquema
de uso fraudulento de receitas médicas que terá burlado o Serviço
Nacional de Saúde (SNS) em quatro milhões de euros.
Rui
Peixoto, um dos 18 arguidos e considerado pela acusação como o alegado
líder do grupo do Norte, que à data dos factos era chefe regional de uma
das empresas do grupo Bial, assumiu perante o tribunal de Monsanto, em
Lisboa, o recurso a receitas forjadas passadas por vários médicos,
atuação "comum e corrente", segundo o próprio.
"Esta prática é mais comum e corrente do que aquilo
que as pessoas fora deste meio pensam. Mas não criei nenhum grupo nem
nenhum tipo de organização. Todas estas situações eram pontuais e
conforme as oportunidades iam aparecendo. Se não fosse o crime de
associação criminosa e alguns pressupostos da acusação, confessava
integralmente os factos", afirmou o arguido durante a segunda sessão de
julgamento.
Rui Peixoto explicou que o esquema
começou em 2010 e que se prolongou até 2012, acrescentando que Luís
Basile – único arguido em prisão preventiva – era o médico que lhe
passava as receitas. No total, só este clínico é acusado de prescrever
receitas no valor de 1,7 milhões de euros.
Rui
Peixoto adiantou ainda que os delegados de informação médica que "não
pactuassem" com o esquema fraudulento dificilmente conseguiam atingir os
objetivos e os resultados definidos pela Bial, o que levava à
consequente perda de emprego. Contudo ressalvou que a administração e a
direção do grupo Bial desconheciam, oficialmente, esta atividade
ilícita. O interrogatório a Rui Peixoto vai continuar durante a tarde no
Tribunal de Monsanto.
* Actuação "comum e corrente" os anos que estas burlas devem ter.
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