HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Restauração quer inconstitucionalidade
do IVA a 23%
Empresários da restauração querem que o IVA a 23% seja considerado
inconstitucional e alegam que o Estado os discrimina em relação aos
outros contribuintes, já que, apesar de pagarem Segurança Social, não
têm direito a subsídio de desemprego.
A
posição vai ser hoje apresentada pelo Movimento Nacional de Empresários
da Restauração (MNER) numa conferência de imprensa marcada para as
15:00, em Lisboa.
Segundo explicou à Lusa o coordenador deste
movimento, José Pereira, os empresários de restaurantes sentem-se
enganados pelos últimos governos, que os incentivaram a fazer
investimentos e lhes foram prometendo que o IVA voltaria aos 13%, ano
após ano, mas não cumpriram.
"O percurso chegou ao fim, porque o
setor é [constituído] em 92% por microempresas e dele dependem famílias
inteiras", afirmou, sublinhando que mais de metade dessas empresas
entrou já em falência.
Por isso, há cerca de um mês, o MNER pediu
um parecer a um jurista especialista em questões de trabalho -- Garcia
Pereira -, que "aponta para a inconstitucionalidade do IVA a 23%,
baseado, nomeadamente, na questão económica do país", adiantou José
Pereira.
De acordo com o coordenador do MNER, essa foi a base que
levou os empresários a decidir "entrar num novo patamar", que é "o
pedido de inconstitucionalidade".
"É uma posição dura para
defender um setor que é o maior empregador do país, e já devia ter sido
tomada no ano passado", defendeu.
Por outro lado, alegou José
Pereira, a inconstitucionalidade em relação ao setor estende-se às
diferenças que o Estado faz entre empresários da restauração e restantes
contribuintes.
"Nós somos uma classe que fazemos descontos para a
Segurança Social como qualquer contribuinte, mas [apesar] deste caminho
de encerramento de empresas, não temos subsídio de emprego, não temos
meio de sobrevivência e isso é inconstitucional", considerou, referindo
que este será um dos argumentos usados por Garcia Pereira.
"É um
escândalo. O comportamento do Estado para connosco é diferente. Nós
pagamos ao Estado, mas o Estado quando tem de contribuir não o faz",
sublinhou.
Caso esta tentativa de declarar inconstitucional o IVA a
23% na restauração falhe, os empresários do setor pretendem adotar um
novo plano.
"É preciso ter um plano B", defendeu José Pereira,
explicando que essa falta de um plano alternativo foi a razão para o
MNER surgir em paralelo à Associação da Hotelaria, Restauração e
Similares de Portugal (AHRESP) -- que também marcou uma conferência de
imprensa para hoje - e à Associação Portuguesa de hotelaria, Restauração
e Turismo (APHORT).
"Temos a consciência que o caminho é o da
rutura. Entendemos que estamos num estado de necessidade e vamos usar
outras formas de luta", garantiu o coordenador do movimento, explicando
que as opções para esse caminho alternativo serão divulgadas na
apresentação desta tarde, mas que a escolha será feita na altura pela
classe.
* O governo tem filhos, os banqueiros, e enteados, os pequenos empresários!
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