HOJE NO
"i"
Estudo a esgotos revela uma dose
de cocaína por 50 pessoas
A
primeira análise feita em Portugal à presença de metabolitos de cocaína
nas águas residuais, revelou um consumo médio de uma dose diária de 0,1
grama por 50 pessoas, noticia a edição desta quinta-feira do “JN”.
A investigação, que foi realizada por uma equipa da Faculdade de
Farmácia de Lisboa sob a coordenação de Álvaro Lopes, especialista em
toxicologia forense, recolheu amostras na entrada na Estação de
Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara, em Lisboa, e detectou
nos resíduos analisados (urina e fezes) 252 gramas de cocaína, num
período de 24 horas e abrangendo uma área onde se encontram vários
estabelecimentos de diversão nocturna e por onde terão passado 380 mil
pessoas.
A ETAR de Alcântara recebe resíduos expelidos dos bares
concentrados em zonas como o Bairro Alto, Santos, Cais do Sodré e Docas.
Álvaro Lopes diz, por isso, que o valor é significativo, mas ressalva
que é arriscado transpor o cenário para todo o país porque a amostra
apresenta características específicas, no caso clientes dos bares
daquelas áreas da capital, apesar de ter sido recolhida às terças e
quintas. “Ao fim-de-semana, estas quantidades disparariam”, explicou o
investigador ao “JN”.
A realização do primeiro estudo do género, em Portugal, coloca Lisboa
a meio da tabela relativamente ao consumo de cocaína, atrás de Milão,
Santiago de Compostela, Paris e Bruxelas, mas à frente de Estocolmo,
Oslo e Helsínquia.
Segundo Álvaro Lopes, este tipo de pesquisa permite uma avaliação
mais rigorosa do consumo de drogas ilícitas, do que as investigações que
são feitas com base em inquéritos e onde as pessoas podem mentir e
omitir informações.
Apesar dos vestígios encontrados nas águas residuais, os metabolitos
de cocaína não se apresentam como um perigo para a saúde pública.
* O negócio da droga floresce não por falta de combate policial mas porque os "donos do dinheiro" são mais fortes.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário