14/11/2013

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HOJE NO
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Estudo a esgotos revela uma dose 
de cocaína por 50 pessoas

A primeira análise feita em Portugal à presença de metabolitos de cocaína nas águas residuais, revelou um consumo médio de uma dose diária de 0,1 grama por 50 pessoas, noticia a edição desta quinta-feira do “JN”.

A investigação, que foi realizada por uma equipa da Faculdade de Farmácia de Lisboa sob a coordenação de Álvaro Lopes, especialista em toxicologia forense, recolheu amostras na entrada na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara, em Lisboa, e detectou nos resíduos analisados (urina e fezes) 252 gramas de cocaína, num período de 24 horas e abrangendo uma área onde se encontram vários estabelecimentos de diversão nocturna e por onde terão passado 380 mil pessoas. 


A ETAR de Alcântara recebe resíduos expelidos dos bares concentrados em zonas como o Bairro Alto, Santos, Cais do Sodré e Docas.
Álvaro Lopes diz, por isso, que o valor é significativo, mas ressalva que é arriscado transpor o cenário para todo o país porque a amostra apresenta características específicas, no caso clientes dos bares daquelas áreas da capital, apesar de ter sido recolhida às terças e quintas. “Ao fim-de-semana, estas quantidades disparariam”, explicou o investigador ao “JN”.

A realização do primeiro estudo do género, em Portugal, coloca Lisboa a meio da tabela relativamente ao consumo de cocaína, atrás de Milão, Santiago de Compostela, Paris e Bruxelas, mas à frente de Estocolmo, Oslo e Helsínquia.

Segundo Álvaro Lopes, este tipo de pesquisa permite uma avaliação mais rigorosa do consumo de drogas ilícitas, do que as investigações que são feitas com base em inquéritos e onde as pessoas podem mentir e omitir informações.

Apesar dos vestígios encontrados nas águas residuais, os metabolitos de cocaína não se apresentam como um perigo para a saúde pública.

* O negócio da droga floresce não por falta de combate  policial mas porque os "donos do dinheiro" são mais fortes.

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