HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Chairman da Google acredita
que a censura pode ser
“eliminada numa década”
Eric Schmidt prevê que a censura ao nível mundial
possa terminar numa década. Chairman da Google defende ainda que a
encriptação vai ajudar as pessoas a ultrapassar a vigilância
governamental.
Eric Schmidt, chairman da Google,
considera que a censura, ao nível mundial pode terminar numa década.
Numa palestra realizada ontem – dia 20 de Novembro – na Universidade
Johns Hopkins, nos EUA, o responsável sustentou que acabar com a
censura, em países como a China, pode ser possível permitindo que todos
tenham acesso à Internet e protegendo as comunicações contra a
espionagem, escreve a Reuters.
“Em primeiro lugar [os países] tentam bloquear-nos. Em segundo,
tentam infiltrar-se. Em terceiro, nós vencemos. Penso realmente que é
assim que funciona porque o poder está a mudar”, afirmou Eric Schmidt.
“Acredito que há a oportunidade de eliminarmos a censura, e a
possibilidade de censurar, numa década”, acrescentou.
Limites à liberdade de expressão
O responsável da Google há muito que vem falando sobre as limitações à liberdade de expressão em vários países.
Eric Schmidt viajou para a Coreia do Norte – um dos países mais
fechados do mundo – no início deste ano a título pessoal. Na sequência
desta viagem, Schmidt afirmou, à época, que “falhou” na sua missão de
tentar lançar as bases que permitam o acesso à Internet naquele
território, contudo, o responsável não descarta a possibilidade de
voltar a tentar.
“Do meu ponto de vista, se conseguirmos alguma conectividade [na
Coreia do Norte], depois pode haver uma abertura no país e a Coreia do
Norte pode começar a entender os outros sistemas” políticos e económicos
que existem, sinalizou o responsável, após a visita aquele país.
São vários os países que impõe restrições à liberdade de expressão. A
China, que está a tentar alterar as suas políticas, é um desses casos.
Recentemente, no passado dia 15 de Novembro, vários meios de comunicação
internacionais avançaram que a China tinha bloqueado os sites da
Reuters e do Wall Street Journal, na versão em mandarim. A versão em
inglês, quer da Reuters quer do Wall Street Journal, estava, contudo, a
funcionar com normalidade.
A explicação para este bloqueio, segundo vários meios de comunicação
mundiais, deve-se facto de ter sido noticiado a existência de ligações
entre o banco norte-americano JP Morgan Chase e a filha do antigo
primeiro-ministro Wen Jiabao. Wen Ruchun, filha do ex-governante,
trabalhava como consultora neste banco, utilizando o nome de Lily Chang.
A notícia foi, inicialmente divulgada pelo “The New York Times” e
posteriormente, lançada pela Reuters, alcançando uma escala global.
Esta não foi a primeira vez que a China impediu o acesso à conteúdos da Internet.
Encriptar informação
Depois de Edward Snowden ter sinalizado que a NSA (a Agência de
Segurança Nacional dos Estados Unidos) pode ter acedido às comunicações
da Google – e de outras empresas de comunicação – para reunir
informações, Schmidt defendeu ontem que, se isso de facto aconteceu, é
um ultraje e potencialmente uma ilegalidade. “A solução para a
vigilância governamental é encriptar toda a gente”, sublinhou, segundo a
Reuters.
Recentemente, e de acordo com a Reuters, a Google tem vindo a
aumentar a complexidade das chaves de encriptação. “É claro para mim que
a vigilância governamental, e a forma como os governos estão a fazê-lo,
vai manter-se de alguma forma. Isto porque é a maneira dos cidadãos se
expressarem e os governos vão querer saber o que fazem os cidadãos”,
afirmou.
* Espionagem, contra espionagem e fazem dos povos produtos de contrabando.
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