HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
DECO acusa ZON de não assumir a
. totalidade dos custos de troca de cartões
A ZON está a enviar aos clientes novos cartões para os telemóveis e as
"pens" de acesso à internet, na sequência da fusão com a Optimus, mas
sem assumir a totalidade dos custos associados, denunciou a DECO.
A associação para a Defesa do Consumidor (DECO) referiu que
os clientes que têm os equipamentos bloqueados terão de desbloqueá-los
ou comprar novos aparelhos e argumenta que, "ao transferir para os
clientes os custos da mudança forçada que resulta da fusão" entre as
duas operadoras, a atuação da ZON "constitui uma prática comercial
desleal por omissão enganosa".
Segundo a DECO, a ZON está a
contactar os clientes usando o seguinte argumento: "Se não trocar de
cartão, o seu telemóvel vai deixar de funcionar (já no próximo dia 23 de
novembro), porque estamos a renovar a nossa rede para lhe oferecer a
tecnologia 4G".
Contudo, segundo a associação, "o motivo real é
bem diferente: a ZON, que antes utilizava a rede de comunicações móveis
da Vodafone, vai utilizar a rede da Optimus" e "os cartões ZON eram
cartões suportados pela rede Vodafone e agora terão de ser suportados
pela rede Optimus".
Assim, para que os novos cartões da ZON
funcionem, é necessário que os equipamentos estejam bloqueados à rede
Optimus ou desbloqueados.
De acordo com a DECO, os clientes com
equipamentos bloqueados, só depois de contactarem a linha de apoio
gratuita da ZON são informados da possibilidade de obterem um "voucher"
(vale) para comprar equipamentos junto da Optimus.
O valor do
"voucher" varia consoante implique ou não fidelização, mas, sublinhou a
DECO, "em nenhum momento, a ZON se disponibilizou para suportar os
custos" de desbloquear os equipamentos.
A DECO argumentou que "os
clientes não são informados de forma clara, completa e facilmente
acessível das restrições impostas à utilização de equipamentos terminais
fornecidos, nem sobre eventuais limitações no acesso e utilização de
serviços".
Com esta postura, defendeu a associação, a ZON "viola
os direitos de informação de qualquer operadora de comunicações, um
serviço público essencial".
Ao transferir para os clientes os
"custos da mudança forçada" que resulta da fusão, a atuação da ZON
constitui uma "prática comercial desleal por omissão enganosa, pois
omite uma informação com requisitos substanciais para uma decisão
esclarecida do consumidor", considerou a DECO, acrescentando que a
operadora coloca "em xeque" o papel da ANACOM, "que não teve
conhecimento ou foi informada e nada fez".
A associação disse que,
para cumprir a lei, a ZON deveria informar "devidamente" os clientes,
"dar-lhes a possibilidade de denunciarem os respetivos contratos sem
quaisquer custos ou assumir os custos do desbloqueio dos equipamentos de
consumidores que se veem forçados a mudar de rede, sem terem sido
consultados".
A DECO aconselhou os consumidores a não aceitarem os
'vouchers', a menos que o valor permita a aquisição de um equipamento
igual ou semelhante, e a exigirem que os equipamentos sejam
desbloqueados.
* Propôr gato por lebre não é mau negócio...
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