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Fenprof admite fazer queixa-crime
de contratos de associação com
escolas privadas
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou hoje que vai
apresentar, ainda este mês, uma queixa no Ministério Público, por
entender haver "alguns casos" que podem configurar crime, nos contratos
de associação do Estado com escolas privadas.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa, em Lisboa, pelo
secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, após uma reunião do
secretariado nacional da federação sindical, afeta à CGTP.
Mário Nogueira admitiu, sem precisar a informação, que, em "alguns
casos", as situações podem configurar crime de peculato, abuso de
confiança e utilização indevida de dinheiros públicos.
O dirigente sindical deu o exemplo do concelho de Coimbra, onde
alegou haver dez colégios que recebem dinheiro do Estado por terem
alunos, apesar de a rede pública disponibilizar oferta.
Sem esclarecer que estabelecimentos de ensino e entidades são
visadas, Mário Nogueira referiu que a queixa-crime poderá, nuns casos,
ser dirigida contra o Estado, o Ministério da Educação e Ciência ou
contra responsáveis da administração educativa.
Segundo a Fenprof, "há situações de benefício" das escolas privadas,
com "a entrega elevada de verbas" por parte do Estado, quando a rede
pública, "com capacidade para receber alunos", não está a ser utilizada.
Mário Nogueira adiantou que, quanto à prova de acesso, na carreira
docente, foram "aceites liminarmente" nove de 12 providências cautelares
interpostas, que, a seu ver, suspendem todos os procedimentos
administrativos do Ministério da Educação.
"É o primeiro passo para a anulação da prova", sustentou,
acrescentando que, depois de o Ministério da Educação ter sido
notificado de "algumas providências", veio "convidar professores, que
têm sido classificadores dos exames de Português do secundário", para
"classificar as provas dos colegas".
A Fenprof contesta que professores com mérito reconhecido façam a
prova de acesso à profissão e ameaça entregar um pré-aviso de greve à
prova, prevista para 18 de dezembro, se a tutela obrigar docentes do
quadro a "ser vigilantes" dos colegas.
A agência Lusa procurou, sem sucesso até ao momento, confrontar o
Ministério da Educação e Ciência com as considerações feitas pela
Fenprof.
* O governo quer exterminar o ensino público.
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