HOJE NO
"DESTAK"
Excesso e deficiência alimentar
lado a lado
Ao todo, metade da população lusa «sofre de alterações do estado nutricional», diz a dietista no Dia da Alimentação.
Uns com tanto e outros com tão pouco. Se peso é,
para os que o têm a mais, um drama, para outros não deixa de o ser, só
que pelas razões opostas. No Dia Mundial da Alimentação, que se assinala
esta quarta-feira, os especialistas chamam a atenção para os excessos e
para as carências, que andam de mão dada na nossa sociedade. Tanto que,
confirma ao Destak a dietista Mónica Santos, da
Associação Portuguesa de Dietistas, «mais de 50% da população portuguesa
sofre de alterações do estado nutricional, ou seja malnutrição por
excesso ou deficiência».
Uma situação que resulta, reforça, da
«inexistência de sistemas alimentares sustentáveis. Se por um lado, em
certas zonas se verifica uma acessibilidade reduzida a alimentos,
noutras zonas verifica-se uma grande abundância e desperdício
alimentar». Ao todo, estima a DECO, Portugal desperdiça um total de 1
milhão de toneladas de alimentos por ano, 324 mil das quais em casa dos
consumidores.
Está, pois, na mão de cada um tornar mais
sustentável um sistema alimentar que deixa a desejar. Como?
A dietista
dá uma ajuda. «Em apenas três passos é possível contribuir para a
redução da malnutrição: reduzir o desperdício alimentar (uma gestão mais
adequada e ponderada na compra de alimentos poderá evitar o desperdício
e contribuir para uma maior sustentabilidade); preferir os alimentos na
sua forma mais natural possível (todo o processamento dos alimentos
leva à criação de produtos tóxicos e de gases perigosos para o efeito de
estufa, poluindo o ambiente e acabando por afetar a fauna e a flora do
planeta. Assim, prefira os alimentos no seu estado natural e com o menor
processamento possível); fazer escolhas alimentares saudáveis e
equilibradas (quantidade e qualidade são os dois pilares fundamentais
para uma alimentação saudável e equilibradas. Os alimentos devem ser
diversificados, com várias combinações de frutas, vegetais, cereais,
gorduras e alimentos de origem animal).»
De uma forma mais prática, a Associação Portuguesa de Dietista sugere:
1.Fazer
um planeamento das refeições e das compras de alimentos/produtos
alimentares, de acordo com o que será consumido pelo agregado familiar e
de acordo com o que tem ainda em stock;
2.Na hora da compra, verificar os prazos de validade dos produtos alimentares;
3.Se
nem sempre se conseguir consumir em tempo útil alimentos perecíveis
(legumes e fruta), optar por comprar em menores quantidades e/ou versões
congeladas – duram mais tempo e as suas qualidades nutricionais não se
alteram;
4.“Reutilizar” as sobras das refeições para elaborar outros pratos ou sopas;
5.Ter
atenção a embalagens muito grandes – se não for consumido antes do fim
da validade pelo agregado familiar, optar por embalagens mais pequenas;
6.Fazer
uma gestão mais eficaz da quantidade de alimentos que são preparados e
consumidos – não preparar mais do que o que se come;
7.Conservar os alimentos da forma mais adequada.
* Cumpre-nos saudar os dietistas deste país, os primeiros profissionais a proporcionar saúde às pessoas através de ensinamentos e regras de bem comer.
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