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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
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Teodora Cardoso:
É preciso “alargar o topo e reduzir
a base” da administração pública
Teodora Cardoso diz que os cortes têm ido na
direcção errada, porque têm afectado os mais qualificados, que são os
que o Estado tem mais necessidade.
A presidente do Conselho das Finanças
Públicas defendeu esta terça-feira a necessidade de profissionalizar a
administração pública e de torná-la mais pequena.
“É preciso uma administração pública moderna e profissionalizada.
Tivemos um período, que está em parte ultrapassado, mas não totalmente
ainda, de administração pública politizada, sobretudo ao nível dos
gabinetes”, disse Teodora Cardoso, à margem do 5º Congresso Nacional dos
Economistas. “É necessária maior profissionalização dos responsáveis.
Por outro lado, também tem de ser mais pequena”.
A economista explicou que durante muitos anos o País alimentou uma
administração pública com actividades “muito burocráticas e pouco
qualificadas, que alargaram a base sem alargar o topo”. “Agora o que
precisamos é de alargar e melhorar o topo, e também de reduzir a base. É
difícil mas tem de ser resolvido”, defendeu.
No entanto, Teodora Cardoso admite que os cortes implementados pelo
Governo não têm ido nessa direcção. “Os cortes têm sido cortes
horizontais, e têm afectado mais fortemente as pessoas com maior nível
de qualificação que é a quem o Estado paga pior, em termos relativos, e
de que tem mais necessidade”.
A presidente do Conselho de Finanças Públicas acrescentou ainda que
os cortes nas pensões de sobrevivência e nos salários da Função Pública
“podem ser medidas necessárias ao orçamento”.
“A reforma do Estado não é isso, é um processo mais global e
demorado, que implica compromisso político importante que está muito
para além da aprovação de um orçamento anual”, concluiu.
* Concordamos com a sra. Presidente do Conselho das Finanças Públicas mas faltaram-lhe estes considerandos:
1- O alargamento da base deve-se ao atamancar de entrada de funcionários fruto do clientelismo partidário.
2- No topo continuam a entrar acessores, técnicos, etc., vindos das estruturas partidárias, bons empregos para trabalho que exercem mais para servir os partidos do que o Estado.
3- O corte horizontal que a sra. Presidente refere é absurdo mas não é inocente, com os despedimentos das pessoas mais qualificadas abre-se a porta dos ajustes directos para empresas dos amigalhaços dos políticos.
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