HOJE NO
" CORREIO DA MANHÃ"
Junta médica ameaça
doente de cancro com trabalho
Enfermeira, de 37 anos, tem neoplasia maligna da glândula suprarrenal de grau 2
'Maria' é um dos três portugueses que sofre de
neoplasia maligna da glândula suprarrenal de grau 2. Para lhe retirarem o
tumor, tiraram-lhe a glândula e o rim. Como o cancro era de alta
malignidade, faz quimioterapia oral há um ano. ‘Maria', residente na
zona Norte do País, é enfermeira, de 37 anos.
Tem perda de visão lateral, que pode ser irreversível, parestesias (formigueiro) dos braços e pernas, que a fazem perder as forças e deixar de andar, desmaios frequentes, vertigens, fadiga muscular, diarreia, perdas de memória e por vezes não consegue reconhecer os familiares. A junta médica atribuiu-lhe uma incapacidade de 60% e ameaça não renovar o atestado.
A enfermeira está "chocada".
Tem perda de visão lateral, que pode ser irreversível, parestesias (formigueiro) dos braços e pernas, que a fazem perder as forças e deixar de andar, desmaios frequentes, vertigens, fadiga muscular, diarreia, perdas de memória e por vezes não consegue reconhecer os familiares. A junta médica atribuiu-lhe uma incapacidade de 60% e ameaça não renovar o atestado.
A enfermeira está "chocada".
"Não quero a reforma,
mas sei que se for trabalhar agora posso desmaiar em cima dos pacientes
ou esquecer-me de lhes dar medicação, por exemplo, e isso é colocar a
saúde deles em risco. E ainda posso levar com um processo disciplinar. A
sintomatologia não me permite trabalhar nem qualquer qualidade de
vida", explica. "O meu médico recomenda que, enquanto não acabar a
quimioterapia, não exerça a profissão. E quando acabar a ‘quimio', posso
não ficar a 100%, ou seja, continuar com estes sintomas e a
probabilidade da cegueira", continua ‘Maria'.
Da
última vez que foi à junta médica, levou atestados do centro de saúde,
hospital, psiquiatra e oftalmologia, mas disseram-lhe que não eram
necessários. "Atribuíram-me 60% de incapacidade e disseram que era o
máximo que atribuem a um doente oncológico e que, se continuasse a
insistir, me baixavam a percentagem. É uma doença rara e nem se
preocuparam em pesquisar sobre isso". O Correio da Manhã contactou o
responsável pela junta médica a 30 de setembro e ainda não obteve
resposta.
* Temos sempre referenciado o SNS como um bom serviço, experiência própria, esta situação não é da responsabilidade do SNS mas da desumanidade brutal de alguns elementos que o integram, a hierarquia tem de estar atenta, pois, a ser verdade, este não é primeiro caso de atitudes absurdas em juntas médicas.
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