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HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Estudo estima que mortes por AVC dupliquem até 2030
O número mortes, incapacidades e doenças associadas aos acidentes
vasculares cerebrais (AVC), que afetam cada vez mais pessoas mais
jovens, poderão duplicar até 2030, segundo um estudo mundial publicado
hoje na revista médica The Lancet.
O estudo da AUT University da Nova
Zelândia, que analisa os dados de todas as regiões do mundo entre 1990 e
2010, conclui que, apesar da prevalência se continuar a registar mais
entre os idosos, os acidentes vasculares cresceram 25 por cento na faixa
etária dos 20-64 anos, elevando para 31% o número de casos nesta faixa.
No
estudo, que compara os dados fornecidos por 119 países, incluindo
Portugal, (58 de rendimento alto e 61 de baixo e médio rendimentos), os
investigadores concluem que, por ano, mais de 83 mil jovens com menos de
20 sofrem um AVC, o que representa 0,5% de todos os AVC ocorridos a
nível mundial.
A nível global, o estudo estima em 16,9 milhões o
número de AVC ocorridos em todo o mundo em 2010, ou seja 68 por cento
mais do que em 1990.
A maioria dos 11,6 milhões de acidentes
vasculares de origem isquémica e dos 5,3 milhões de origem hemorrágica
registaram-se nos países em desenvolvimento e em pessoas com menos de 74
anos.
Um acidente vascular cerebral pode ser provocado por um
coágulo de sangue que causa uma diminuição da circulação sanguínea
cerebral (AVC isquémico) ou pela rotura de um vaso sanguíneo no interior
do cérebro (AVC hemorrágico).
Hipertensão arterial, sedentarismo,
obesidade ou tabagismo contam-se entre as principais causas dos
acidentes vasculares cerebrais.
A investigação revela ainda que a
mortalidade associada aos dois tipos de AVC baixou (-37 por cento) nos
últimos 20 anos nos países desenvolvidos, e aumentou 42 por cento nos
países em desenvolvimento, onde se concentram a maioria das 5,9 milhões
de mortes registadas em 2010 (3 milhões de mortes por AVC hemorrágico e
2,98 mortes após AVC isquémico).
Os autores do estudo, coordenado
pelo professor neozelandês Valery Feigin, estimam ainda que a manter-se a
tendência atual, o número de mortes causadas por acidentes vasculares
cerebrais pode duplicar até 2030, tal como o número de sobreviventes
(que passaria de 33 milhões em 2010 para 70 milhões em 2030) e de
incapacitados (dos 102 milhões em 2010 para 200 milhões em 2030).
Os
especialistas advertem também que se nada for feito em termos de
prevenção nos países em desenvolvimento, os AVC continuarão a afetar um
número crescente de pessoas jovens.
"O fardo ligado aos AVC
aumenta muito rápido e é preciso implementar a nível mundial estratégias
de prevenção, gestão e reabilitação que sejam exequíveis e aceitáveis
culturalmente", sustentou o professor Feigin, sublinhando que este é "o
primeiro estudo que compara a incidência e os impactos dos acidentes
vasculares cerebrais a uma escala global".
Num comentário ao
estudo, o professor Graeme Hankey, da Universidade da Austrália
ocidental, defendeu a existência de "estratégias globais visando reduzir
o consumo de sal, calorias, álcool e tabaco".
Em Portugal, os
dados mais recentes sobre as doenças cerebrocardiovasculares, divulgados
em setembro, revelam que a mortalidade por estas doenças está em quebra
nas últimas duas décadas, mas que estas doenças continuam a ser as que
mais matam em Portugal, à semelhança de todos os países europeus.
* Importante fazer exames de controlo do colesterol.
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