HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Morreu a antiga prostituta que
lutou contra a discriminação
Gabriela Leite defendeu a regulamentação da prostituição, criou uma
marca de roupa, organizou o primeiro encontro nacional de prostitutas,
escreveu um livro e candidatou-se a deputada sob o slogan Puta
Deputada". Morreu na quinta-feira.
A antiga prostituta brasileira tinha 62 anos e perdeu a luta contra o cancro na quinta-feira.
Gabriela
Leite foi uma das mais ativas na defesa da regulamentação da
prostituição, profissão a que se dedicou quando deixou o curso de
ciências sociais da faculdade, aos 21 anos, "para fazer a sua própria
revolução". Dizia-se muito tímida e defendia que a prostituição é uma
profissão como outra qualquer "mas com a desvantagem da discriminação".
Em
1987, Gabriela Leita organizou o primeiro encontro nacional de
prostitutas e, em 1992, fundou a organização não governamental Davida,
que tinha por objetivo prevenir a sida e defender as prostitutas e que
cuidou de 4500 mulheres no estado do Rio de Janeiro.
Autora do
livro "Filha, mãe, avó e prostituta", que contava a sua vida e que mais
tarde foi levado ao teatro, Gabriella Leite candidatou-se em 2010 a
deputada pelo partido Os Verdes, com o slogan "Puta Deputada". Não foi
eleita, mas prometeu continuar a lutar pelos direitos das prostitutas,
lembrando que, já em 2003, tinha apresentado um projeto de lei para
regulamentar o setor.
Outra das suas ações foi levada a cabo
através da moda. Criou, em 2006, a marca Daspu, uma alusão à marca
luxuosa "Daslu" e ao jogo de palavras "das putas". Os modelos que
desfilavam as suas criações eram prostitutas, bem como as pessoas que as
confecionavam e que as vendiam.
Uma das últimas coleções da Daspu teve a
ver com o Mundial de Futebol que vai acontecer no Brasil em 2014:
camisolas verdes e amarelas, com frases com duplo sentido e forte
conotação sexual impressas.
* É uma profissão onde há uma forte concorrência no mercado paralelo de senhoras de bem...
Viva a Gabriela!
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