11/10/2013

.
HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

Morreu a antiga prostituta que 
lutou contra a discriminação

Gabriela Leite defendeu a regulamentação da prostituição, criou uma marca de roupa, organizou o primeiro encontro nacional de prostitutas, escreveu um livro e candidatou-se a deputada sob o slogan Puta Deputada". Morreu na quinta-feira. 

A antiga prostituta brasileira tinha 62 anos e perdeu a luta contra o cancro na quinta-feira.
Gabriela Leite foi uma das mais ativas na defesa da regulamentação da prostituição, profissão a que se dedicou quando deixou o curso de ciências sociais da faculdade, aos 21 anos, "para fazer a sua própria revolução". Dizia-se muito tímida e defendia que a prostituição é uma profissão como outra qualquer "mas com a desvantagem da discriminação".

Em 1987, Gabriela Leita organizou o primeiro encontro nacional de prostitutas e, em 1992, fundou a organização não governamental Davida, que tinha por objetivo prevenir a sida e defender as prostitutas e que cuidou de 4500 mulheres no estado do Rio de Janeiro.

Autora do livro "Filha, mãe, avó e prostituta", que contava a sua vida e que mais tarde foi levado ao teatro, Gabriella Leite candidatou-se em 2010 a deputada pelo partido Os Verdes, com o slogan "Puta Deputada". Não foi eleita, mas prometeu continuar a lutar pelos direitos das prostitutas, lembrando que, já em 2003, tinha apresentado um projeto de lei para regulamentar o setor.

Outra das suas ações foi levada a cabo através da moda. Criou, em 2006, a marca Daspu, uma alusão à marca luxuosa "Daslu" e ao jogo de palavras "das putas". Os modelos que desfilavam as suas criações eram prostitutas, bem como as pessoas que as confecionavam e que as vendiam. 

Uma das últimas coleções da Daspu teve a ver com o Mundial de Futebol que vai acontecer no Brasil em 2014: camisolas verdes e amarelas, com frases com duplo sentido e forte conotação sexual impressas.

* É uma profissão onde há uma forte concorrência no mercado paralelo de senhoras de bem...
Viva a Gabriela!

.

Sem comentários: