HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ
Jornalistas da RTP sem confiança
na Direção de Informação
Redação da estação pública de televisão aprovou moção em plenário que retira confiança à Direção de Informação.
A redação da RTP/TV determinou esta terça-feira, em
plenário, a perda de confiança na Direção de Informação, por esta ter
aceitado "participar num processo ilegítimo", que culminará "na
elaboração de listas de mobilidade", foi hoje anunciado.
"A
Direção de Informação, que repetidamente invoca o mérito como medida da
sua decisão, aceitou participar num processo ilegítimo e nos antípodas
de quaisquer boas práticas de gestão conhecidas. Esta conduta,
desrespeitando a dignidade devida às pessoas, conduziu a que a redacção
tenha perdido a confiança na Direção de Informação", refere um
comunicado hoje divulgado pelo Conselho de Redação (CR) da RTP/TV.
No
documento, os jornalistas começam por dizer que estão "contra um
processo que terminará inevitavelmente na elaboração de listas de
mobilidade por parte da Direção de Informação de Televisão da RTP, que a
Administração promove".
A RTP está a passar por
um Plano de Desenvolvimento e Restruturação, que entrará na fase
conclusiva no decorrer do ano de 2014, de acordo com o anteprojeto das
Grandes Opções do Plano para 2014, a que a Lusa teve acesso.
O
novo contrato de serviço público de televisão e rádio que o Governo
pretende assinar com a RTP estabelece que a estação deve apenas "manter
um mínimo de meios de produção interna que lhe permita manter a produção
de informação e atuar como regulador do mercado de produção, sem
colocar em causa o cumprimento dos objetivos de serviço público".
O
texto da proposta do contrato foi entregue na passada terça-feira aos
deputados da Comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e a
Comunicação pelo ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel
Poiares Maduro.
A administração da estação pública
revelou no mesmo dia aos sindicados representados na empresa que irá
criar uma empresa de produção de conteúdos, com meios técnicos e 300
trabalhadores efetivos da RTP. Fonte sindical disse à Lusa que é
intenção assumida pela administração a privatização posterior desta
empresa.
A redação da RTP/TV defende, no
documento hoje divulgado, que "a assunção como 'meros executores de um
plano' não tira a presente Direção de Informação dos ónus quer da
situação presente quer das suas consequências futuras".
"Este
não é um processo de avaliação pois não cumpre os requisitos formais, é
sim o processo de execução de listas de inadequados, dispensáveis,
'despedíveis", refere, acrescentando que o Diretor de Informação, Paulo
Ferreira, "apresentou a garantia, que lhe foi dada pela DRH [Direção de
Recursos Humanos], de que esta classificação não servirá para a
execução de listas de despedimentos."
A moção foi
aprovada no plenário, no qual participaram jornalistas das redações de
Lisboa, do Porto e das delegações, com 63 votos a favor, um contra e 12
abstenções.
* A consciência de classe funciona.
.
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