30/09/2013

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 HOJE NO
"PÚBLICO"

Défice ficou em 7,1% no primeiro semestre

Objectivo para o conjunto do ano é de 5,5%. Pagamento dos subsídios de férias em Novembro e cortes na despesa pública são determinantes para saber se limite será cumprido.

Ao fim dos seis primeiros meses do ano, o défice orçamental medido em contabilidade nacional, na óptica reportada a Bruxelas, atingiu 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com as contas nacionais publicadas nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, as administrações públicas registaram um saldo negativo de 5700,2 milhões de euros no primeiro semestre.


O valor coincide com a estimativa central da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) para o período Janeiro-Junho. Já se a injecção de capital no Banif, que entrou nas contas do primeiro trimestre, não for considerada, o défice desceria para os 6,2%, projectaram os técnicos que prestam apoio à comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
Este cenário não é, no entanto, referido nem nas contas trimestrais que o INE apresentou hoje, nem pelo Ministério das Finanças, que, em comunicado, frisa que os dados “confirmam o esforço de consolidação orçamental” em 2013.

O INE divulgou, também hoje, as novas estimativas do Governo para o reporte do défice e da dívida das Administrações Públicas este ano, que o Ministério das Finanças diz cumprirem os “limites estabelecidos” no programa de ajustamento financeiro acordado com a troika.

O executivo comprometeu-se com a troika a não ultrapassar um défice de 5,5%, um limite sobre o qual a UTAO dizia no final de Agosto não ser possível tirar ainda conclusões. Os técnicos de apoio ao Parlamento reforçam, porém, “a título meramente ilustrativo” que, se o défice do segundo semestre for semelhante ao período homólogo (ajustando as operações extraordinárias, como é o caso do Banif), “o défice anual ficaria em torno do limite estabelecido para 2013”. Até ao final do ano, alertam, é preciso ter em conta factores adicionais: o valor do pagamento dos subsídios de férias em Novembro, por um lado, e cortes na despesa pública que tenham efeito ainda este ano, por outro.

Poupança das famílias aumenta
As necessidades de financiamento das Administrações Públicas recuaram, passando, segundo o INE, de 7% do PIB no ano acabado no primeiro trimestre (Março) para 6,1% no conjunto dos 12 meses terminados no segundo trimestre (Junho). Já a dívida pública deverá atingir os 127,8% do PIB no conjunto do ano.

Ao mesmo tempo, o crescimento das exportações portuguesas (bens e serviços) permitiu um aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa para 1,6% do PIB – no ano acabado no segundo trimestre, ou seja, em Junho.

O mesmo aconteceu com a capacidade de financiamento das famílias, que aumentou à boleia de um aumento da taxa de poupança. Uma vez que a redução do consumo foi mais forte do que a contracção do rendimento disponível, a taxa de poupança das famílias voltou a aumentar, passando para 13,6% do PIB no segundo trimestre (13,4% no anterior).

* A banca e os políticos continuam a tramar-nos!!!

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