HOJE NO
"PÚBLICO"
Défice ficou em 7,1% no primeiro semestre
Objectivo para o conjunto do ano é de 5,5%. Pagamento dos
subsídios de férias em Novembro e cortes na despesa pública são
determinantes para saber se limite será cumprido.
Ao fim dos seis primeiros meses do ano, o défice orçamental medido em
contabilidade nacional, na óptica reportada a Bruxelas, atingiu 7,1% do
Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com as contas nacionais
publicadas nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística,
as administrações públicas registaram um saldo negativo de 5700,2
milhões de euros no primeiro semestre.
O valor coincide com a
estimativa central da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) para o
período Janeiro-Junho. Já se a injecção de capital no Banif, que entrou
nas contas do primeiro trimestre, não for considerada, o défice desceria
para os 6,2%, projectaram os técnicos que prestam apoio à comissão
parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
Este
cenário não é, no entanto, referido nem nas contas trimestrais que o INE
apresentou hoje, nem pelo Ministério das Finanças, que, em comunicado,
frisa que os dados “confirmam o esforço de consolidação orçamental” em
2013.
O INE divulgou, também hoje, as novas estimativas do Governo
para o reporte do défice e da dívida das Administrações Públicas este
ano, que o Ministério das Finanças diz cumprirem os “limites
estabelecidos” no programa de ajustamento financeiro acordado com a troika.
O executivo comprometeu-se com a troika a
não ultrapassar um défice de 5,5%, um limite sobre o qual a UTAO dizia
no final de Agosto não ser possível tirar ainda conclusões. Os técnicos
de apoio ao Parlamento reforçam, porém, “a título meramente ilustrativo”
que, se o défice do segundo semestre for semelhante ao período homólogo
(ajustando as operações extraordinárias, como é o caso do Banif), “o
défice anual ficaria em torno do limite estabelecido para 2013”. Até ao
final do ano, alertam, é preciso ter em conta factores adicionais: o
valor do pagamento dos subsídios de férias em Novembro, por um lado, e
cortes na despesa pública que tenham efeito ainda este ano, por outro.
Poupança das famílias aumenta
As
necessidades de financiamento das Administrações Públicas recuaram,
passando, segundo o INE, de 7% do PIB no ano acabado no primeiro
trimestre (Março) para 6,1% no conjunto dos 12 meses terminados no
segundo trimestre (Junho). Já a dívida pública deverá atingir os 127,8% do PIB no conjunto do ano.
Ao
mesmo tempo, o crescimento das exportações portuguesas (bens e
serviços) permitiu um aumento da capacidade de financiamento da economia
portuguesa para 1,6% do PIB – no ano acabado no segundo trimestre, ou
seja, em Junho.
O mesmo aconteceu com a capacidade de
financiamento das famílias, que aumentou à boleia de um aumento da taxa
de poupança. Uma vez que a redução do consumo foi mais forte do que a
contracção do rendimento disponível, a taxa de poupança das famílias
voltou a aumentar, passando para 13,6% do PIB no segundo trimestre
(13,4% no anterior).
* A banca e os políticos continuam a tramar-nos!!!
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