HOJE NO
"O PRIMEIRO DE JANEIRO"
"Silêncio" absolve jovem acusado
de violência doméstica
O Tribunal de Braga absolveu hoje um homem de 21 anos acusado de agredir violentamente a mãe e os irmãos, devido à falta de provas resultante do muro de silêncio "levantado" pelo arguido e pelas alegadas vítimas.
O arguido, acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de violência doméstica, escusou-se a prestar declarações, uma postura também assumida pela sua mãe e pelos seus dois irmãos, as únicas testemunhas de acusação.
Assim sendo, o julgamento não durou mais de cinco minutos, tendo o juiz proferido a sentença logo a seguir.
O juiz lembrou ao arguido que para a absolvição "muito contribuiu a boa vontade" da mãe e dos irmãos e aconselhou-o a pensar "muito bem o que quer fazer daqui para a frente, porque da próxima vez poderá não contar com mesma benevolência dos familiares".
Segundo a acusação, deduzida pelo MP, o principal alvo da agressividade do arguido era a mãe, de 52 anos, e que padece de fibromialgia e de problemas de coluna.
Os factos decorriam na casa onde viviam, em Lomar, Braga.
"Sempre que se exaltava, por vezes sem motivo que o justificasse, ameaçava a mãe, dizendo-lhe que a mataria, que lhe bateria e que lhe daria 'um murro dos seus que lhe rebentaria a cabeça', chegando mesmo a empunhar uma navalha contra a mesma e dizer-lhe que lha espetava", referia a acusação.
Acrescentava que as agressões eram praticadas de forma reiterada desde inícios de 2012 até março de 2013, incluindo murros, pontapés, cabeçadas e, até, dentadas.
A violência do arguido estender-se-ia também aos seus dois irmãos, de 18 e 16 anos, sempre que estes iam em socorro da mãe.
Ainda segundo a acusação, num dos episódios, o arguido, depois de insultar verbalmente a mãe, agrediu-a com um murro e mordeu-lhe uma perna.
Noutra ocasião, mordeu a cara da mãe, depois de esta o ter avisado de que, se continuasse com aquela postura, o poria fora de casa, sublinhou o MP.
O arguido foi ainda acusado de ter dado bofetadas e pontapés na mãe quando esta lhe retirou as chaves de casa.
* Uma família que protege um energúmeno tem uma vida de sofrimento pela frente.
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