HOJE NO
"i"
Ex-administradora da Gebalis fez 15 viagens ao estrangeiro em 22 meses
A ex-administradora da Gebalis, empresa municipal de gestão dos
bairros municipais de Lisboa, Clara Costa, acusada de peculato e de
administração danosa, disse hoje em tribunal que, nos 22 meses de
funções, fez 15 viagens em trabalho ao estrangeiro.
Entre 2006 e
2007 - período em que esteve no cargo -, Clara Costa assumiu a
realização das 15 viagens "sempre ao serviço da Gebalis", pagas com os
dois cartões de crédito da empresa, os quais, em conjunto, tinham um
"plafond" mensal de 12.500 euros.
A ex-gestora, o ex-presidente da
Gebalis Francisco Ribeiro e outro ex-administrador, Mário Peças, terão,
alegadamente, feito despesas de cerca de 200 mil euros utilizando os
cartões de crédito atribuídos pela empresa para adquirir objetos de
usufruto pessoal - como bens de luxo, DVD, CD e livros -, refeições,
prendas e viagens.
Em 2006, quando os três arguidos assumiram
funções, a Gebalis tinha um passivo de 20 milhões de euros e receitas
entre os 17 e os 20 milhões. Um ano depois, o passivo era de 25 milhões
de euros.
Segundo o Ministério Público (MP), os três administradores terão gastado, entre 2006 e 2007, mais de 80 mil euros em viagens.
Em
relação às deslocações ao estrangeiro - Londres, Belfast, Barcelona,
Sevilha, Cracóvia, Dublin, Marraquexe, Copenhaga, Roma, entre outros
destinos -, a ex-administradora, assegurou que foram todas "ao serviço"
da Gebalis, nomeadamente para receber "formação", estar presente em
"feiras internacionais" ou participar em "conferências".
Sobre a
viagem a Marraquexe, Clara Costa explicou ao coletivo de juízes da 5.ª
Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, que pagou uma diária de
380 euros devido ao facto da marcação do hotel "ter acontecido muito em
cima da hora".
Além disso, frisou que "60 a 70% das viagens" foram realizadas em companhias de baixo custo (low cost).
A
ex administradora acrescentou que, inicialmente, as deslocações eram
feitas por decisão da própria, e que só mais tarde passaram a ter de ter
também o aval de um dos outros dois administradores.
Sobre o uso
dos cartões de crédito da Gebalis, Clara Costa esclareceu que não havia
um limite imposto para gastos mensais, a não ser o próprio plafond do
cartão e o "bom senso".
Na sessão de hoje - a segunda em que foi
ouvida -, a arguida reiterou que os almoços e os jantares pagos com o
cartão de crédito da empresa "foram sempre em trabalho", e que os DVD,
CD e livros, também comprados com recurso ao cartão de crédito da
Gebalis, faziam parte de um projeto para a criação de "uma videoteca"
para sessões de cinema e tertúlias com os colaboradores.
Mário
Peças, o outro administrador, manteve-se hoje em silêncio, e só irá
prestar declarações após a produção de prova da acusação.
A próxima audiência de julgamento está agendada para a manhã de 02 de julho, com a presença dos peritos da Polícia Judiciária.
* Getachos..
.
Sem comentários:
Enviar um comentário