HOJE NO
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Merkel acusa Barroso e troika de
serem os culpados da austeridade
Austeridade é culpa da cegueira de Bruxelas e presidente da Comissão Europeia devia ter nomeado comissário para a Grécia
Zangam-se
as comadres, sabem--se as verdades. Afinal a austeridade sacrossanta
que castiga países como Portugal não é culpa de Merkel ou de Schäuble,
os maus da fita para mais de metade da Europa. Não. A culpa é de
Bruxelas, da Comissão Europeia e do incompetente presidente Durão
Barroso. Pela segunda vez em menos de um mês, o verniz voltou a estalar
entre a Alemanha e Bruxelas, deste vez em sentido totalmente contrário
ao da posição de Berlim quando o presidente da Comissão Europeia disse
que já bastava de austeridade.
Quarta-feira, num encontro informal em
Berlim com jornalistas, Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão,
afirmou que os programas de ajustamento da troika são demasiado rígidos
e com pouca flexibilidade, criticando Durão Barroso por não ter nomeado
um comissário europeu para a Grécia. Já Angela Merkel, que também
participou na reunião, defendeu que o pacote de 6 mil milhões de euros
para promover o emprego jovem na UE deveria antes ser utilizado para
pagar reformas, de forma a serem criadas vagas nos empregos já
existentes.
As afirmações dos dois dirigentes alemães surgiram no
mesmo dia em que foi tornado público que o produto interno bruto (PIB)
da zona euro contraiu 0,2% nos primeiros três meses de 2013, o que
representa a sexta queda trimestral consecutiva, naquela que é a maior e
mais longa recessão desde a criação do euro. Nove destas 17 economias
recuaram enquanto o PIB no conjunto dos 27 estados-membros contraiu
0,1%.
Volte-face Os novos dados dão um apoio renovado a todos
aqueles que defendem há muito que mais austeridade só vai criar mais
recessão, numa espiral sem fim à vista. A própria Alemanha, a maior
economia da zona euro, cresceu 0,1% em relação ao trimestre anterior,
mas decresceu 0,3% face ao mesmo período do ano passado. Já a França, a
segunda maior economia do conjunto de países que utilizam a moeda única,
também caiu 0,4% relativamente a período homólogo de 2012, ao mesmo
tempo que registou uma nova contracção de 0,2% relativamente ao último
trimestre do ano passado.
Foi certamente este quadro que por fim
levou Berlim a juntar a sua voz contra a austeridade à de outros países
como a Grécia, Espanha e Portugal, demarcando-se da Comissão Europeia,
apesar de até agora a senhora Merkel ter sido sistematicamente apontada
como a grande incentivadora dos programas impostos pela troika
(Comissão, BCE e FMI) a todos os estados-membros que necessitaram de
resgates para não entrarem em default (Portugal, Grécia, Irlanda e
Chipre). A este volte-face não será alheio o facto de a chanceler alemã,
que ainda mantém um alto índice de popularidade, ter pela frente uma
terceira reeleição, pelo que a posição agora assumida pode inserir-se na
sua próxima batalha eleitoral, depois de várias derrotas consecutivas
da CDU em eleições regionais.
Durão criticado Em Abril, o
porta-voz da CDU “convidou” Durão Barroso a precisar o que quis dizer
quando afirmou numa conferência de imprensa que os limites à austeridade
eram visíveis em alguns aspectos. “Apesar de esta política estar
fundamentalmente correcta, penso que alcançou os seus limites em muitos
aspectos, porque uma política, para ser bem sucedida, não pode ser
apenas bem estruturada. Tem de ter um mínimo de apoio político e
social”, disse na altura o presidente da Comissão Europeia.
Quarta-feira,
e noutro encontro com jornalistas, Durão Barroso, acompanhado do
presidente da França, François Hollande, teve um discurso mais
politicamente correcto, optando por pôr a tónica das suas declarações na
vitória da União Europeia, por, no seu conjunto, ter finalmente
atingido o valor mágico de 3% para o défice. Um dado que nem Merkel nem
Schäuble valorizaram em Berlim.
* O mordomo Barroso anda a "amandar bitaites" e os patrões não gostam, ou vai rezar a Berlim ou vai de "froskes", é bem feito, afinal ele pirou-se de primeiro-ministro para se pavonear em Bruxelas, o "cherne" cheira a fénico.
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