HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Despedimentos e falências no horizonte dos grupos de media
A maioria dos gestores das empresa de media presentes em Portugal antecipa falências e fusões no mercado ao longo deste ano.
Perto de 90% dos gestores de media prevê mais despedimentos no sector
este ano e uma "maioria considerável" antecipa a falência de grupos de
media e consolidações no mercado. As conclusões são do "Barómetro da
Comunicação 2013", citado pela Lusa.
ANA LEAL ALVO DA DITADURA |
O inquérito, realizado 'online' a dirigentes de várias empresas e
grupos de media presentes em Portugal, aponta como mais vulneráveis aos
despedimentos "os colaboradores operacionais e de base, bem como
'freelancers' e pessoal em outsourcing". Outro cenário que é dado como
certo pela maioria dos inquiridos é o congelamento dos salários para
este ano no sector, "mesmo para quadros e técnicos superiores e
administradores de topo e chefias".
A possibilidade de falência de grupos de media este ano e o
surgimento de propostas de aquisição de grupos nacionais por
investidores internacionais também é admitida por uma "maioria
considerável" dos inquiridos. Quase unânime é a ideia de que não haverá
condições para a criação de novos grupos empresariais no sector e que as
fragmentações nos grupos de media poderão aumentar, assim como o número
de aquisições e fusões.
As expectativas para o investimento também não são melhores: 63,7%
dos inquiridos antecipa que o interesse dos investidores financeiros no
mercado dos media irá diminuir, "levando a maior desinvestimento,
principalmente no que aos media convencionais diz respeito". Com 95,5%
dos inquiridos a afirmarem que o mercado está hoje mais dependente dos
encargos financeiros junto da banca, antecipa-se uma "fraca ou nenhuma
probabilidade de poderem surgir novos projectos
editoriais de imprensa" em 2013, "seja diária paga, semanal paga, ou gratuita".
O encerramento de títulos de imprensa, principalmente paga, é encarado como uma probabilidade média/elevada.
Por oposição, televisão e digital parecem ainda oferecer espaço para
novos projectos: 57% dos inquiridos consideram que há "pouca
probabilidade" de poder vir a ocorrer a extinção de canais nacionais e
68,2% veem como "provável" o surgimento de novos canais nacionais de
televisão pagos, "para a grande maioria dos inquiridos existe também
alguma probabilidade de poderem vir a ser criados novos jornais e canais
de TV na Internet".
Na publicidade, antecipa-se que o investimento publicitário incida
sobre a Internet e serviços móveis, com a imprensa e, embora em menor
escala, da televisão a perderem peso.
Já relativamente às receitas, os inquiridos defendem que a principal
origem de receitas da imprensa paga nos próximos cinco anos resultará da
venda de espaços publicitários e de sítios na Internet,
enquanto na
televisão serão reforçados os 'spots' de publicidade tradicional,
seguidos dos concursos de chamadas de valor acrescentado e do 'product
placement'.
* Para além do descrito na notícia acrescentem-se as perseguições laborais internas, os ditadorezecos de pacotilha e a sordidez de programas que arrebatam audiências e revelam a "fina" cultura do povo português.
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