HOJE NO
"PÚBLICO"
Um em cada dez doentes contrai infecções nos hospitais
Parece um paradoxo: as unidades de saúde portuguesas usam mais
antibióticos e maiores quantidades de solução desinfectante do que
outros países, mas a nossa taxa de infecção hospitalar é
substancialmente superior à da média da União Europeia.
Em
Portugal, um em cada dez doentes contrai uma infecção nas unidades de
saúde (10,6%), quando a taxa global de prevalência de infecções
hospitalares é de 6,1%, em média, na União Europeia, indicam os dados
resultantes do último inquérito efectuado sobre este problema e que esta
quarta-feira foram publicados na página electrónica da Direcção-Geral
da Saúde.
O Inquérito de Prevalência da Infecção Adquirida
no Hospital e Uso de Antimicrobianos nas unidades de agudos (realizado
em 2012) indica que o consumo médio de solução anti-séptica de base
alcoólica foi de 52,9 litros por mil dias de internamento em Portugal,
enquanto na média da UE se ficou pelos 36,6 litros. Da mesma forma, a
percentagem de doentes a tomar antibióticos no dia em que foi efectuado
este inquérito (integrado no estudo europeu do European Centre for
Disease Control, que envolveu 30 países europeus) era superior em
Portugal (45,4%, contra 35,8% da média).
O relatório não adianta
eventuais explicações para a elevada taxa de infecção hospitalar em
Portugal. Destaca apenas o reduzido número de enfermeiros de controlo de
infecção e a “quase total ausência de contribuição médica” nas
Comissões de Controlo de Infecção dos hospitais. Nestes dois
indicadores, as médias de Portugal são substancialmente inferiores às da
UE. Também a percentagem de quartos individuais disponíveis nas
unidades de saúde é inferior à média europeia.
No inquérito europeu participaram 226.826 doentes de 905 hospitais. Em Portugal foram inquiridos 18.258 doentes.
Em
Fevereiro passado, o Governo atribuiu o estatuto de programa nacional
prioritário ao combate às infecções e às resistências aos antibióticos
que, desta forma, passou a integrar a lista das (até então) oito áreas
prioritárias sob a responsabilidade da Direcção-Geral da Saúde.
A
taxa de prevalência de infecção hospitalar em Portugal tem aumentado:
passou de 8,4%, no inquérito realizado em 2003 (em que participaram
menos unidades de saúde), para 9,8%, em 2009, e agora atingiu 10,6% do
total.
* Porque não se investiga onde está o erro???
.
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