HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Empresas temem "caos" no
abastecimento de bens por atraso do Fisco
Empresas temem problemas de abastecimento de bens
essenciais a partir de 1 de Maio, devido à falta de emissão de uma
Portaria por parte das Finanças a regular a comunicação prévia das
cargas.
A partir de 1 de Maio próximo, as
mercadorias só poderão circular nas ruas se forem previamente
comunicadas ao Fisco ou acompanhadas de uma factura. Contudo, a menos de
um mês desta obrigação legal entrar em vigor, as Finanças ainda não
definiram as regras ao pormenor, uma situação que faz as empresas
temerem rupturas no abastecimento de bens essenciais à população.
Num comunicado enviado esta quarta-feira às redacções, a Associação
Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL) teme o “caos” a partir dessa
data, devido à falta de publicação atempada em Diário da República de
uma Portaria com os procedimentos a seguir.
No referido comunicado, Carla Fernandes, presidente da APOL, diz que,
perante esta indefinição, “há um sério risco de os camiões não irem
para a estrada, o que terá consequências graves na entrega de bens de
consumo aos portugueses".
A direcção da APOL tem alertado a Autoridade Tributária (AT) para as
dúvidas que o novo regime tem suscitado aos operadores, bem como para o
que consideram ser os efeitos nefastos destas normas.
Em Outubro de 2012 Carla Fernandes explicava ao Negócios quais os
problemas que os operadores logísticos encontram nesta regra que,
segundo o Governo, visa combater a fraude e a evasão fiscal: "Todos os
dias fazem-se milhões de transportes em Portugal. Toda a gente, todos os
dias estará a lançar milhões de registos num sistema informático e terá
de esperar pela recepção de código para juntar à mercadoria para ela
poder ser expedida". Trata-se de um trabalho imenso, que "afectará toda a
economia".
No caso particular dos operadores logísticos, dizia a responsável,
que funcionam como intermediários, a situação complica-se. "Como estamos
ligados aos nossos clientes, teremos de esperar que eles nos mandem a
informação de volta". Num serviço que "funciona 24 horas por dia, 365
dias por ano", as regras limitarão muito "os tempos de resposta das
entregas.
Esta não é a primeira vez que as Finanças se atrasam na divulgação de
informação detalhada às empresas, tendo o mesmo acontecido aquando da
entrada em vigor das novas regras de facturação.
* Um governo que olha para o umbigo e não para quem trabalha.
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