HOJE NO
" JORNAL DE NEGÓCIOS"
Hospitais públicos poderão
concorrer com privados
Ministério da Saúde estabeleceu novos preços e
regras de facturação dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) a
terceiros, promovendo a concorrência entre prestadores.
ARNAUT, PAI DO SNS |
Os
hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderão, a partir de agora,
concorrer com os hospitais do sector privado no que toca à prestação de
cuidados de saúde a terceiros pagadores – seguradoras, outros Estados,
hospitais privados ou mesmo hospitais públicos com os quais tenham
contratos específicos. Isto porque poderão praticar preços abaixo dos
tabelados pelo Ministério da Saúde ou mesmo acima, se em causa estiver a
promoção do turismo de saúde.
STA MARIA, LISBOA |
“As entidades do SNS podem pela primeira vez cobrar valores
inferiores aos estipulados na presente Portaria, quando prestem serviços
a entidades públicas ou privadas, ao abrigo de contratos específicos.
Ou seja, promove-se a entrada dos hospitais do SNS em mercado como
prestadores de cuidados de saúde”, destacou o vogal executivo da
Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), Alexandre Lourenço, em
resposta ao Negócios.
PÊRO DA COVILHÃ, COVILHÃ |
Mas as novidades não se ficam por aqui. As entidades do SNS também
podem, pela primeira vez, “cobrar valores diferentes tendo como
referencial os preços estipulados na presente Portaria, quando prestem
serviços a entidades de outros estados, no âmbito de contratos
específicos que não se insiram no âmbito de Regulamentos Comunitários ou
quaisquer obrigações ou acordos bilaterais ou multilaterais entre
estados”, continuou o responsável, explicando que este ponto procura
salvaguardar e promover a questão do turismo de saúde.
S. JOSÉ, LISBOA |
Contactado pelo Negócios, o presidente do Conselho
de Administração do Centro Hospitalar do Porto, Sollari Allegro vê com
bons olhos esta medida. “O que se precisava era de ter liberdade de
negociar e não ter preços fixos”, sublinhou, explicando que será
importante praticar preços acima dos tabelados nomeadamente nos
protocolos estabelecidos com países nórdicos.
Preços a cobrar descem
A portaria, publicada esta quarta-feira em Diário da República, que
aprova o Regulamento das Tabelas de Preços das Instituições e Serviços
Integrados no Serviço Nacional de Saúde, introduz baixas nos preços
cobrados em vários serviços.
HOSP. DA UNIVERSIDADE COIMBRA |
Por exemplo, o preço do episódio de urgência, num serviço de urgência
polivalente (o mais completo de todos) baixa de 147 euros para 112,07
euros; já no serviço de urgência médico-cirúrgica baixa de 108 para
56,16 euros. Os episódios de internamento em hospitais de psiquiatria e
saúde mental também vêem o preço cair de 85 para 73,30 euros, entre
outros exemplos.
S. JOÃO, PORTO |
Questionado pelo Negócios sobre o impacto que esta
redução de preços poderia ter na quebra da obtenção de receitas por
parte dos hospitais públicos, Alexandre Lourenço afastou esse cenário.
“Antes pelo contrário, a nossa expectativa é que a receita dos hospitais
aumente.
A análise deve ser feita considerando a quantidade dos actos
realizados e não apenas os preços dos exames. Importa enaltecer que a
tabela de preços agora em vigor estabelece preços baseados no mercado e
posiciona os hospitais do SNS como concorrentes aos prestadores do
sector privado”, conclui.
OTÃO, SETUBAL |
* Os hospitais públicos são de excelente qualidade, temos a experiência, importante é tratar da saúde e não estar num hotel para doentes.
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