HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
São as mulheres quem
mais perde com a crise
Desemprego, exposição à pobreza e trabalho doméstico são apenas alguns
dos problemas que mais afetam o sexo feminino, em relação ao masculino.
Nos países em crise, Portugal incluído, as mulheres
são mais afetadas pelo desemprego do que os homens. E mesmo entre a
população juvenil, 42% delas estavam sem trabalho em 2012. O sexo
feminino está também mais exposto à pobreza, com uma taxa de
vulnerabilidade de 84%. Estas foram as principais questões debatidas na
conferência "Participação das mulheres na economia", sobre desigualdade
de género, que decorreu quarta-feira no Chapitô, em Lisboa, e onde
esteve presente, entre outras personalidades, a secretária de Estado dos
Negócios Estrangeiros da Noruega, Gry Larsen.
"Este
ano comemora-se o centenário do direito ao voto das mulheres
norueguesas. Esta conferência é muito importante pois, apesar de haver
diferenças, tanto Portugal como a Noruega vão dando passos no sentido de
atenuar desigualdades. E através desta conferência podemos partilhar
experiências, retirando o que há de melhor em cada um dos países" -
disse ao CM Gry Larsen.
Também o
trabalho doméstico continua na sua maioria a ser desempenhado pelas
mulheres, em particular nos países do sul da Europa. Em Portugal, elas
gastam cerca de 15 horas semanais em trabalho não pago. E, como se não
bastasse, o sexo feminino é também o mais o mais atingido pela
precariedade laboral: "O desemprego afeta mais as mulheres pois são
estas que ocupam lugares com menos competências. Por outro lado, o que é
um pouco contraditório, também são cada vez mais as mulheres que têm
nível educacional mais elevado, e o desemprego entre licenciados é cada
vez maior" - avançou Mónica Santiago, presidente da Rede Europeia
Profissional Feminina. "É preciso implementar medidas que coloquem mais
mulheres em cargos de topo e de decisão, e em Portugal quanto mais alto é
o cargo menos mulheres lá trabalham".
Teresa
Ricou, directora do Chapitô e uma das primeiras mulheres palhaço,
explica as razões para ter recebido esta conferência: "Entrei numa
profissão típica masculina. Tive de batalhar bastante, porque é um mundo
em que as mulheres têm muita dificuldade no mercado de trabalho." A
anfitriã acrescenta, porém, que "há ainda um longo caminho a percorrer"
para alcançar igualdade de direitos: "É por isso que temos de continuar a
lutar."
* Mulheres ainda escravas e exploradas nos países desenvolvidos.
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