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Extinção da Fundação Alter Real
está para breve
A extinção da Fundação Alter Real (FAR), de Alter do Chão, deverá
ocorrer “brevemente”, passando a gestão do património para as mãos do
Estado, revelou hoje o secretário de Estado das Florestas e
Desenvolvimento Rural.
Francisco Gomes da Silva adiantou à agência Lusa que o decreto-lei, a
determinar a extinção da FAR, está “praticamente fechado” e que, “muito
brevemente”, será remetido para o Conselho de Ministros.
“Aquilo que tem sido feito é preparar as peças legislativas, neste
caso o decreto-lei que extingue e dá início ao processo de liquidação,
sendo que o objetivo é a FAR ser extinta assim que o decreto for
publicado, passando o património para o Estado”, explicou.
O governante falava à margem do tradicional leilão, na Tapada do
Arneiro, na Coudelaria de Alter do Chão, que este ano viu ir à praça 22
equinos com os ferros Alter Real e Coudelaria Nacional.
Com cerca de 50 funcionários, a FAR foi criada a 01 de março de
2007, após a extinção do Serviço Nacional Coudélico (SNC), no âmbito do
Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE).
O projeto da FAR reuniu um grupo de 30 fundadores privados que
investiram 50 mil euros cada, além de se comprometerem a pagar uma quota
anual superior a dois mil euros.
Nos últimos anos, a FAR acumulou um passivo de 2,5 milhões de euros e dívidas a empresas prestadoras de serviços.
Nos últimos meses, ainda surgiu a possibilidade, por parte dos
fundadores, de avançar para um novo modelo de gestão, mas tal não foi
aceite pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, tomando, assim, o
Estado, através da Companhia das Lezírias e da Direção-Geral de
Alimentação e Veterinária (DGAV), a gestão do património.
Francisco Gomes da Silva assegurou que, após a extinção da FAR, o
Ministério da Agricultura quer fazer uma “aposta fortíssima” e
“aumentar” a atividade do laboratório de genética molecular, instalado
na Coudelaria de Alter do Chão.
O governante garantiu ainda que a decisão de passar a gestão do
património da coudelaria para as mãos do Estado “não visa, nem
acarretará” a diminuição da atividade da coudelaria, nem da presença
humana, “antes pelo contrário”.
A componente turística, a marca Alter e os seus produtos genéticos
são fatores que o Estado espera explorar no futuro para garantir a
sustentabilidade da coudelaria.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Alter do Chão,
Joviano Vitorino, disse ser “urgente” a extinção da FAR para que o novo
projeto entre em curso, porque “será importante” para os trabalhadores
um cenário de “estabilidade”.
No que diz respeito às dívidas contraídas, o autarca, que é também
membro do Conselho de Administração da FAR, adiantou que “há ainda
algumas” obrigações, mas que “esses problemas” estão a ser
“acautelados”.
“Os trabalhadores basicamente estão em dia. Haverá alguns
fornecedores em dívida, mas penso que a Companhia das Lezírias e a DGAV
irão saldar essas dívidas o mais rápido possível”, acrescentou.
A Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748 por D. João V,
desenvolve, atualmente, trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos
Lusitanos e possui uma unidade clínica dotada com todos os meios para o
acompanhamento e tratamento médico dos animais.
As instalações da coudelaria albergam também um polo da Universidade
de Évora, um espaço dedicado à formação profissional e infraestruturas
hípicas e desportivas, além do laboratório de genética molecular.
O turismo temático e ambiental e a falcoaria são outras das áreas que fazem parte do dia-a-dia da coudelaria.
* Foi um forró de má gestão, até venderam cavalos a preços de saldo. A extinção da Fundação serve para despenalizar os maus gestores.
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