24/04/2013

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Extinção da Fundação Alter Real 
está para breve

A extinção da Fundação Alter Real (FAR), de Alter do Chão, deverá ocorrer “brevemente”, passando a gestão do património para as mãos do Estado, revelou hoje o secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural.
Francisco Gomes da Silva adiantou à agência Lusa que o decreto-lei, a determinar a extinção da FAR, está “praticamente fechado” e que, “muito brevemente”, será remetido para o Conselho de Ministros.
“Aquilo que tem sido feito é preparar as peças legislativas, neste caso o decreto-lei que extingue e dá início ao processo de liquidação, sendo que o objetivo é a FAR ser extinta assim que o decreto for publicado, passando o património para o Estado”, explicou.

O governante falava à margem do tradicional leilão, na Tapada do Arneiro, na Coudelaria de Alter do Chão, que este ano viu ir à praça 22 equinos com os ferros Alter Real e Coudelaria Nacional.
Com cerca de 50 funcionários, a FAR foi criada a 01 de março de 2007, após a extinção do Serviço Nacional Coudélico (SNC), no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE).
O projeto da FAR reuniu um grupo de 30 fundadores privados que investiram 50 mil euros cada, além de se comprometerem a pagar uma quota anual superior a dois mil euros.
Nos últimos anos, a FAR acumulou um passivo de 2,5 milhões de euros e dívidas a empresas prestadoras de serviços.

Nos últimos meses, ainda surgiu a possibilidade, por parte dos fundadores, de avançar para um novo modelo de gestão, mas tal não foi aceite pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas, tomando, assim, o Estado, através da Companhia das Lezírias e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), a gestão do património.
Francisco Gomes da Silva assegurou que, após a extinção da FAR, o Ministério da Agricultura quer fazer uma “aposta fortíssima” e “aumentar” a atividade do laboratório de genética molecular, instalado na Coudelaria de Alter do Chão.
O governante garantiu ainda que a decisão de passar a gestão do património da coudelaria para as mãos do Estado “não visa, nem acarretará” a diminuição da atividade da coudelaria, nem da presença humana, “antes pelo contrário”.
A componente turística, a marca Alter e os seus produtos genéticos são fatores que o Estado espera explorar no futuro para garantir a sustentabilidade da coudelaria.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Alter do Chão, Joviano Vitorino, disse ser “urgente” a extinção da FAR para que o novo projeto entre em curso, porque “será importante” para os trabalhadores um cenário de “estabilidade”.
No que diz respeito às dívidas contraídas, o autarca, que é também membro do Conselho de Administração da FAR, adiantou que “há ainda algumas” obrigações, mas que “esses problemas” estão a ser “acautelados”.

“Os trabalhadores basicamente estão em dia. Haverá alguns fornecedores em dívida, mas penso que a Companhia das Lezírias e a DGAV irão saldar essas dívidas o mais rápido possível”, acrescentou.
A Coudelaria de Alter do Chão, fundada em 1748 por D. João V, desenvolve, atualmente, trabalhos de seleção e melhoramento de cavalos Lusitanos e possui uma unidade clínica dotada com todos os meios para o acompanhamento e tratamento médico dos animais.
As instalações da coudelaria albergam também um polo da Universidade de Évora, um espaço dedicado à formação profissional e infraestruturas hípicas e desportivas, além do laboratório de genética molecular.
O turismo temático e ambiental e a falcoaria são outras das áreas que fazem parte do dia-a-dia da coudelaria.

* Foi um forró de má gestão, até venderam cavalos a preços de saldo. A extinção da Fundação serve para despenalizar os maus gestores.

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