HOJE NO
" DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Sobrelotação nas cadeias portuguesas
é "problema grave"
O coordenador do Observatório Europeu das Prisões em Portugal considerou
hoje "um problema grave" a sobrelotação nas cadeias portuguesas, que,
aliada à crise financeira, poderá levar a distúrbios.
Numa conferência de imprensa de apresentação do recém-criado Observatório Europeu das Prisões, António Pedro Dores comentou o relatório do Comité Europeu para a Prevenção da Tortura, que recomendou às autoridades portuguesas que encontrem soluções para erradicar a sobrelotação nas prisões.
Numa conferência de imprensa de apresentação do recém-criado Observatório Europeu das Prisões, António Pedro Dores comentou o relatório do Comité Europeu para a Prevenção da Tortura, que recomendou às autoridades portuguesas que encontrem soluções para erradicar a sobrelotação nas prisões.
"Temos uma sobrelotação galopante outra vez", disse aos
jornalistas o investigador do ISCTE, que comparou a atual situação das
cadeias portuguesas com o que se passou em 1997, altura em que as
prisões estavam cheias, aumentou a taxa de mortalidade e registou-se
"graves problema de ordem".
Para António Pedro Dores, a
sobrelotação das cadeias é um problema grave do ponto de vista da
pressão dos prisioneiros, sendo também "complicado numa altura de
contenção financeira".
O sociólogo adiantou que lhe chegam relatos
de presos que passam fome, de falta de equipamentos básicos, como camas
e roupas, e produtos de higiene.
António Pedro Dores disse também
que se corre o risco de ocorreram problemas de ordem pública nas
prisões devido à sobrelotação, a que se juntam a crise financeira e o
aumento de tensão social.
O investigador do ISCTE sublinhou
igualmente que é necessário observar o que se está a passar no sistema
prisional, tanto por razões humanitárias, como de justiça.
"Não é
possível que existam espaços tão securitários, como as prisões, que
ninguém sabe o que se lá passa", afirmou, acrescentando que o relatório
dos peritos do Conselho da Europa aborda a falta de inspeção e visitas
aos estabelecimentos prisionais.
Criado em janeiro, o Observatório
Europeu das Prisões é financiado pela Comissão Europeia e opera em
Espanha, França, Grã-Bretanha, Grécia, Itália, Letónia, Polónia e
Portugal.
O projeto tem a duração de dois anos e pretende melhorar
as condições de detenções nesses países europeus através da realização
de estudos sobre o sistema prisional e troca de boas-práticas.
* Os reclusos para poderem reintegrar-se na sociedade devem ser tratados com humanidade. No entanto as prisões são palco de tráficos vários, a responsabilidade é das autoridades prisionais, muitos funcionários coniventes com o crime, e o governo incompetente para alterar o estado de coisas.
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