HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"
Miguel Sousa Tavares provoca Ulrich
Comentador político discutiu hoje o futuro do jornalismo e desafiou jornais a saírem do online.
O comentador político Miguel Sousa Tavares assumiu hoje que ainda
pertence ao "grupo de dinossauros que vive de jornais, respira jornais,
come jornais. Só não durmo enrolado em jornais... deixo isso para o Dr.
Ulrich", disse, arrancando uma gargalhada à plateia da conferência "Como
vai ser o jornalismo nos próximos 20 anos", no âmbito dos 20 anos da
TVI.
COM A MÃE AO FUNDO |
Sousa Tavares considerou, no seu discurso, que os jornais deveriam
sair do online, uma proposta ousada num momento em que muitos meios
admitem que o novo modelo de negócio dos media está na Internet.
"A
Internet produz uma informação basista. Chegámos ao ponto em que a
notícia é o que a 'net' diz. Os jornalistas foram atrás do amadorismo
das notícias. O jornal Público é um exemplo disso, um mau exemplo: foi
atrás de todas as modas e todos os modismos, convencidos que eram
modernos e está velho como nunca esteve", atacou.
"Nunca percebi
a vantagem de estar no online. Os jornais deviam sair do online. Não
percebo porque os jornalistas vivem de cú sentado nas redacções,
pendurados na Internet. Deviam apostar em menos e melhor
jornalistas.Devia haver a coragem de apostar sempre e só na qualidade
mesmo que trabalhemos para uma minoria. Sem jornalismo de referência,
não haverá democracia de referência", considerou.
Para o
jornalista, um dos primeiros males do sector está relacionado com "a
queda brutal do mercado publicitário que por si só é a maior bomba
atómica". Para Miguel Sousa Tavares, a "ameaça existe e é potenciada
pelas centrais de compras de publicidade e pelas agências de
comunicação".
"Não voltaremos a ver jornais com tiragens
extraordinárias, nem televisões generalistas com as audiências que já
tiveram. Eu acho que podemos sobreviver. Não sei é bem como. Mas sei
como nao sobreviveremos de certeza: tentando jogar contra este inimigo
cibernáutico usando as suas armas. Não sobreviveremos se abandonarmos a
informação de referência, que pode ser de elite, mas vai fazer falta",
disse.
O jornalista que esteve 10 anos na TVI criticou algumas
escolhas da estação de Queluz, considerando que "não ganhamos nada em
abrir um telejornal com o pontapé do Marco [referindo-se ao episódio de
2000, quando o participante de um reality show agrediu outro e as
imagens abriram o noticiário]. Não podemos trocar o interesse público
pelo interesse do público. Para fazer um jornalismo instantâneo, de
pudim, há quem faça melhor do que nós".
* Como sempre, forte e cruel!
.
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